O ex-diretor da área internacional da Petrobras e condenado na operação Lava Jato, Nestor Cerveró, pede à Justiça autorização para se deslocar ao município de Itaipava, no Rio de Janeiro, para trabalhar com o filho, Bernardo Cerveró. No pedido, a defesa explica que o ex-diretor da estatal pretende trabalhar em uma pequena propriedade de orgânicos do filho, a Serra Estrela Orgânicos. Lá ele desempenharia funções administrativas e atividades locais.

A defesa solicita ainda a permissão de eventuais deslocamentos a Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro entre às oito horas da manhã e seis horas da tarde. No entanto, o Ministério Público Federal se manifestou parcialmente favorável ao pedido da defesa, opinando pela impossibilidade de deslocamento ao município de Teresópolis.

Diante da negativa, os advogados de Cerveró informaram que a propriedade onde o ex-diretor da Petrobras pretende realizar atividade profissional está localizada em uma região entre Petrópolis e Teresópolis e, por este motivo, há a necessidade de incluir o deslocamento até esta última cidade. Em despacho de quarta-feira (21), a juíza Carolina Moura, da Vara de execuções penais, determinou a juntada da matrícula do imóvel e um mapa que permita visualizar a localização da propriedade rural e a distância aos municípios mencionados.

Atualmente, Nestor Cerveró está em regime semiaberto diferenciado. Ele permanece com a tornozeleira eletrônica, mas desde o dia 24 de dezembro de 2017, e ele pode sair de casa, entre às 10h e 20h, e se deslocar entre o Rio de Janeiro e Petrópolis, na região metropolitana, onde vive. O regime deve durar mais um ano.

Cerveró foi condenado a mais de 25 anos de reclusão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele permaneceu um ano e cinco meses em regime fechado e mais um ano e meio em prisão domiciliar. Cerveró foi acusado de receber mais de R$ 54 milhões de reais em propina para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México.