Crise do coronavírus pode favorecer exportação de milho no 2º semestre
Os terminais que integram o Corredor de Exportação de Paranaguá esperam terminar o semestre com aumento de 20% na movimentação de grãos, no Porto. A comparação é com os primeiros seis meses do ano passado.
Em meio a pandemia, a produção e exportação de grãos no Paraná não foi afetada. Apenas em março, a movimentação no estado teve aumento de 21%, na comparação com o patamar de março do ano passado. O principal produto que vai puxar o desempenho das exportações, até junho, é a soja. A safra cresceu 28% e se aproximou das vinte e uma toneladas colhidas no Paraná.
O gerente geral do terminal graneleiro Interalli, Helder Catarino, reforça que o otimismo é decorrente da retomada da ação da China no mercado internacional, além da alta produtividade das lavouras. 04.28 – EXPORTA MAIS 1
A valorização do dólar, frente ao real, é outro ponto decisivo na movimentação de grãos. O produtor importou insumos, no ano passado, com um câmbio mais baixo. Desse modo, ele teve um custo mais reduzido para o plantio. E, agora, a venda está mais rentável. Para o segundo semestre, o destaque vai ser o escoamento da safra de milho. O cenário causado pelo coronavírus pode favorecer a exportação do produto.
Se por um lado, os danos da Covid-19 não são tão nocivos em alguns setores, em outros, o impacto é relevante. Um estudo do Instituto Brasileiro de Tributação e Planejamento (IBPT), sobre a movimentação de cargas no país, indica que a maior variação negativa foi do setor automotivo.
Na comparação do período de isolamento, com os meses anteriores, a queda no setor superou os 89%, entre março e abril. A redução inclui, além das montadoras, a cadeia de matérias primas, peças e acessórios para veículos e, até mesmo, a distribuição e varejo.
O coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz Amaral, afirma que, a indústria com um todo, chega a perdas de mais de 79% na movimentação de cargas.
Na primeira quinzena de abril, a diminuição no volume de notas fiscais emitidas chegou a 40%, segundo o Instituto Brasileiro de Tributação e Planejamento. Os dados podem ajudar as empresas a ajustar as políticas internas e de investimento.
Segundo o estudo, o setor que teve a maior variação positiva foi o e-commerce, com crescimento de 46% com o início da fase de isolamento. O número acompanha o comportamento do consumidor, que foi obrigado a permanecer mais tempo em casa.
Segundo o IBPT, serviços essenciais também tiveram resultado positivo na movimentação de cargas. Medicamentos cresceram 23% e supermercados 11%.
Reportagem: Cleverson Bravo