Defesa de Lula insiste para que Tacla Duran seja ouvido por Moro em audiência
A defesa do ex-presidente Lula solicitou ao juiz Sérgio Moro que reconsidere o despacho que negou pela segunda vez a oitiva do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran. O pedido integra o Incidente de Falsidade no qual os advogados questionam a idoneidade de documentos apresentados pelo Ministério Público Federal a partir das delações de ex-executivos da empreiteira.
Nesta ação penal, o ex-presidente é acusado de receber como propina da Odebrecht um apartamento em São Berardo do Campo e um terreno para o Instituto Lula. Como fundamento para a reconsideração os advogados apresentaram ao juiz, como “prova emprestada”, a íntegra do depoimento prestado por Tacla Duran na CPI da JBS.
Na semana passada, por videoconferência, o advogado colocou em dúvida a idoneidade de extratos obtidos a partir do sistema Drousys, que controlava o pagamento de propinas da empreiteira e que foram apresentados por ela em colaboração premiada. Tacla Duran é réu na Lava Jato acusado de lavar R$ 18 milhões. Ele foi alvo da trigésima sexta fase da operação e fugiu para a Espanha onde vive desde então. Como tem dupla nacionalidade e conseguiu liberdade provisória, o país europeu negou a extradição dele ao Brasil.
Moro negou a audiência por considerar que, embora existam indícios de que Tacla Duran tenha prestado serviços ao setor de propinas da Odebrecht, não há elementos que indiquem o seu envolvimento nas operações que são objeto da ação penal envolvendo Lula. Na petição, a defesa do ex-presidente argumenta que o juiz já ouviu pessoas condenadas criminalmente para embasar sentenças e que, portanto, Tacla Duran, deve prestar depoimento.