Depoimento de delegado testemunha de Fernando Baiano vai ser remarcado; lobista é suspeito de receber R$40 milhões
Na terça-feira (3), quarto dia de depoimentos das testemunhas de defesa indicadas pelos réus da sétima fase da Operação Lava Jato, seis pessoas devem prestar esclarecimentos. A audiência é referente a ação penal da empreiteira OAS. Três dirigentes da empresa continuam presos na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. E na tarde de segunda (2), dois delegados que participam das investigações foram arrolados pelo lobista Fernando Soares, mas apenas um deles compareceu à audiência. A delegada Érika Marena alegou que estava doente e não prestou esclarecimentos. Uma nova audiência deve ser marcada para evitar prejuízos ao processo. Já o delegado Márcio Alnselmo, que participou de audiências na primeira fase, referente às testemunhas de acusação, foi questionado sobre o processo envolvendo o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró e o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Os dois são suspeitos de receber 40 milhões de dólares de propina nos anos de 2006 e 2007 para intermediar a contratação de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. O advogado Nélio Machado, que representa Soares, lamentou a ausência da delegada Érica Marena. Para ele, a testemunha poderia esclarecer pontos importantes das investigações, já que participou diretamente da delação premiada de alguns acusados.
A defesa de Fernando Baiano aproveitou ainda para reafirmar que a competência para julgar os processos ligados a Petrobras não deveria ser do Paraná. Para Nélio Machado, as ações deveriam ser apreciadas no Rio de Janeiro, sede da Petrobras.
Além de Fernando Soares e de Nestor Cerveró são réus nesta ação penal o doleiro Alberto Youssef e o executivo da Toyo Setal, Julio Camargo.