Um escritório de advocacia confirmou ao juiz Sérgio Moro que o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, se reuniu três vezes com o operador financeiro André Vieira por intermédio de ex-executivos da Odebrecht.

Os encontros ocorreram em março, junho e outubro de 2015 no escritório que fica em São Paulo. O documento integra a ação penal da lava jato que acusa Bendine de ter recebido R$ 3 milhões em propina da empreiteira para facilitar a participação da empresa em contratos com a Petrobras. Segundo André Vieira e os empresários da Odebrecht, nas reuniões teriam sido acertadas as vantagens indevidas.

O escritório de advocacia Mattos Filho listou uma série de informações sobre os encontros. Todos teriam sido agendados pelo ex-executivo da Odebrecht, Fernando Reis, que trabalhava no conhecido setor de propinas da empreiteira.

Em alguns deles participaram os empreiteiros Marcelo e Emílio Odebrecht. O escritório não possui nenhum tipo de registro de entrada e saída e como nenhum funcionário da empresa esteve presente nas reuniões também não soube informar o assunto das conversas.  No total, foram três reuniões.

Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Bendine confirmou que se reuniu no local com ex-executivos da Odebrecht, mas que teria sido um encontro tenso, no qual representantes do grupo teriam feito reclamações pesadas da Petrobras em função de uma série de cancelamentos de negócios. Bendine foi preso em julho, como principal alvo da quadragésima segunda fase da lava jato, batizada de Cobra.

A denúncia foi recebida pelo juiz Sérgio Moro em agosto e o processo contra ele já está em fase final. Além de Bendine outras cinco pessoas respondem pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, associação criminosa e embaraço a investigação.