IML de Curitiba armazena cadáveres empilhados

Com 170 corpos, muitos deles empilhados, o Instituto Médico Legal de Curitiba passa, mais uma vez, pela situação de superlotação. O volume supera consideravelmente a capacidade de acondicionamento do IML.

Para manter os corpos em condições ideais, o prédio dispõe de 60 gavetas refrigeradas e uma câmara fria. Em cada gaveta, onde deveria ter apenas um corpo, estão dois. E na câmara, com aproximadamente oito metros quadrados, estão mais de 40 cadáveres, envolvidos em sacos plásticos pretos e com um número de identificação. São corpos sem identificação ou que não foram reclamados por familiares.

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Paraná, Leandro Cerqueira, explica que, quando algum profissional precisa localizar um cadáver, precisa retirar os demais da câmara fria e deixá-los espalhados pelos corredores.

Mais de um terço dos cadáveres mantidos hoje no Instituto estão acumulados há mais de um ano e meio. O representante dos peritos reclama do ambiente insalubre – funcionários enfrentam diariamente o cheiro forte dos corpos em decomposição, além do chorume que escorre pelas salas.

A diretoria do IML rebate as acusações. Diz que na verdade são 135 corpos, e não 170. Além disso, afirma que não existem problemas de mau cheiro ou de vazamento de chorume. O diretor-geral da Polícia Científica do PR, Hemerson Bertassoni, conversou com o repórter Ricardo Pereira.

Quando não identificado ou não reclamado, o corpo só pode ser enterrado com autorização da Justiça. E aí, a prefeitura de Curitiba é responsável pelo sepultamento. Segundo o diretor, o número de funerais – até recentemente, não atendia a demanda do Instituto. Dos 135 corpos confirmados pelo IML, 27 estão com autorização para enterro, mas, até ontem, não tinham local para sepultamento. Por meio de nota, a prefeitura contesta as afirmações do Instituto Médico Legal, e alega que não existem pendências de funerais no município.

Além disso, diz que não é obrigação do poder executivo municipal enterrar corpos localizados em outras cidades, mesmo assim o faz. Dos 170 cadáveres apontados pelo sindicato dos peritos, 72 são oriundos da Região Metropolitana da capital.

É consenso entre o IML e o sindicato dos peritos que o problema só deve se resolver completamente com o funcionamento da nova sede – que deveria ter sido entregue em dezembro de 2014. No entanto, a obra atrasou e agora o prédio, orçado em quase R$ 17 milhões, só deve ser finalizado no ano que vem.

Foto: Colaboração
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