Conhecida pela mistura de condomínios de alto padrão e imóveis antigos, a rua Eduardo Sprada é uma espécie de refúgio verde na zona oeste de Curitiba. A via – bastante sinuosa – é uma continuação da avenida Nossa Senhora Aparecida, vai do bairro Campo Comprido até a CIC, tem quase nove quilômetros de extensão e fica no limite da capital com o município de Campo Largo. Com vegetação abundante e o traçado sinuoso, a rua começa na ponte sobre o rio Barigui e é um dos endereços mais charmosos da cidade, bem longe do burburinho do centro. Talvez por isso é que ela seja um dos destinos preferidos de quem quer morar bem sem ficar muito longe do que é necessário.

Se engana, no entanto, quem pensa que a Eduardo Sprada sempre foi assim. Antigamente, a via era uma estrada rural, mas a situação por lá mudou na medida em que Curitiba foi se desenvolvendo. Devido à disponibilidade de grandes terrenos, a rua passou a ser mais valorizada pelo mercado imobiliário que viu, ali, o lugar ideal para a instalação de empreendimentos de alto padrão, que dividem espaço com habitações mais populares com prédios de poucos andares e o comércio de bairro.

Já o nome da via é uma homenagem a um médico veterinário curitibano formado pela Universidade Federal do Paraná que presidiu o Hospital e a Associação Rural de São Mateus do Sul, na Região Metropolitana. Devido ao trabalho que desenvolveu e à atuação junto à comunidade, ele foi eleito prefeito desse município em 1950, mas morreu antes mesmo de terminar o mandato – em 27 de junho de 1954.

Na região oeste de Curitiba fica um dos mananciais usados pela Sanepar para abastecer a capital. No fim da rua Eduardo Sprada está o Parque Passaúna, que integra a bacia do Rio que leva o mesmo nome e tem 10 quilômetros de extensão. O complexo do parque divide Curitiba com as cidades de Araucária e Campo Largo, na Região Metropolitana, e tem – entre os principais atrativos para visitantes, um mirante de 12 metros de altura. De lá, segundo o superintendente de Obras, Alfredo Vicente, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, é possível ter uma vista não só do parque, mas também dos municípios vizinhos.

Ele também conta que a população usa o rio ainda para a prática de esportes, como a pesca, e atividades recreativas com pranchas e caiaques.

O nome “Passauna” é de origem indígena, e significa “homem negro”. O parque foi inaugurado em 1991 com objetivo de preservar a qualidade da água do rio. A Área de Preservação Ambiental também tem uma trilha ecológica com três quilômetros e meio por onde os visitantes passam em pontes de madeira, um bosque, área de churrasqueiras, pontos de pescaria e têm acesso a antigas olarias.

 Localizado no meio da rua Eduardo Sprada, no número 3.640, está o Santuário Diocesano de Nossa Senhora de Lourdes. A construção, que se ergue imponente na região, é uma das principais referências da população, tanto que o jornalista Édson Pires conta que, desde a colonização do bairro Campo Comprido, ela sempre foi um importante ponto de encontro para a população. Ele também explica que, quando o santuário ganhou esse título, a movimentação por lá só aumentou.

A arquitetura do santuário preserva a história dos imigrantes italianos que colonizaram o bairro Campo Comprido. Hoje, a igreja é preservada pelo patrimônio da cidade.

Na praça do santuário também está instalada uma gruta com água benta. Os fiéis têm acesso livre para tomar água, benzer objetos e fazer devoções. O movimento no santuário é grande em todos os dias devido à localização e ainda por estar próximo a um hospital da região.