Professores devem entrar em greve a partir do dia 17 no Paraná
Professores da rede estadual de ensino devem entrar em greve no Paraná a partir do dia 17 de outubro. Em reunião do Conselho da APP-Sindicato, que representa a categoria, a direção aprovou hoje (quinta) a paralisação por tempo indeterminado.
Os professores de todo o Estado foram convocados para uma assembleia marcada para o dia 12 de outubro, para referendarem a greve. A principal reivindicação é a retirada do projeto que adia o pagamento do reajuste dos servidores públicos do Paraná que estava previsto para o ano que vem.
A promessa do reajuste foi utilizada pelo governo para acabar com a greve do ano passado, que durou 44 dias.
Representantes dos 22 sindicatos que fazem parte do Fórum dos Servidores Públicos estaduais se reúnem na segunda-feira, dia 10, para discutir o início da greve geral, caso o governo do estado não recue da decisão de adiar o reajuste.
Segundo o diretor de Comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues, o Conselho que envolve professores do todo o Paraná deu prazo até a próxima quarta-feira para que o governo retire o projeto.
Diversas categorias fazem assembleias até o começo da semana que vem para discutir uma estratégia de mobilização. Representantes de servidores da saúde, delegados, policiais militares, professores universitários e outros já publicaram notas de repúdio à medida do governo e indicaram aprovação da mobilização a partir do dia 17.
A lei em questão determina que o governo pague, em 1° de janeiro, o reajuste atrasado dos servidores, repondo os índices de inflação de janeiro a dezembro de 2016, acrescentando ainda mais um percentual de 1% de adicional de data-base relativo à compensação dos meses não pagos do ano de 2015. A lei foi proposta após acordo que encerrou a greve do funcionalismo no ano passado.
As propostas de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias do Estado, que atrasa o pagamento do reajuste, foi encaminhada pelo governador Beto Richa à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na última terça-feira. Elas foram lidas em plenário e precisam passar pelo trâmite da casa para ser apreciada no plenário.
O líder do governo na Assembleia, Luiz Claudio Romanelli, do PSB, anunciou na terça que o congelamento dos salários dos servidores só será votado depois que o projeto de ajuste fiscal da União for aprovado em Brasília.
O PL-257 é o texto que estabeleceu a renegociação das dívidas e impôs novas regras aos Estados. O projeto já foi aprovado na Câmara Federal, mas ainda tem que passar no Senado, sem data marcada. Romanelli defendeu, no entanto, que o congelamento dos salários será necessário devido à crise financeira.
Representantes de sindicatos de servidores se reuniram hoje (quinta) à tarde com o secretário da Casa Civil Valdir Rossoni. Por meio da assessoria, o governo informou que está dialogando com os funcionários.