Depois de protestos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o Governo do Estado anunciou que vai dar suporte a uma força-tarefa do Incra, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, para assentar 10 mil famílias que hoje vivem acampadas no Paraná. O governador Beto Richa recebeu nesta quarta-feira (25) representantes do MST para discutir uma pauta conjunta sobre as questões fundiárias do estado. A reunião terminou com uma promessa de pacificação no campo. Na última semana, grupos de sem-terra protestaram na BR-277, em Nova Laranjeiras, no centro-sul do Estado, que foi bloqueada para o tráfego várias vezes. Os manifestantes também abriram cancelas nas praças de pedágio de Arapongas, no norte, e de Bandeirantes, no sul e protestaram e na Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Eles começaram as manifestações no dia 18 de maio após a decisão da Justiça de conceder reintegração de posse aos donos da fazenda Santa Maria, que fica em Santa Terezinha do Itaipu, na região oeste. Na ocasião, o MST divulgou uma carta pedindo que a Secretaria da Segurança Pública do Paraná suspendesse todas as reintegrações de posse. Os protestos só foram interrompidos depois da promessa de uma reunião com representantes do governo. O representante do MST no encontro, Diego Moreira, acredita que a reunião reabriu o canal de diálogo entre governo e trabalhadores sem-terra.

O Paraná hoje tem 66 acampamentos, com cerca de 10 mil famílias. Segundo o superintendente do Incra no Paraná, Newton Bezerra Guedes, que participou do encontro com o governador e o MST, o órgão tem áreas que somam 120 mil hectares, com potencial para assentar essas famílias.

 Por outro lado, governo e Incra pediram aos representantes do MST que não promovam mais ocupações no Paraná.