Doze cidades do Paraná não têm mais vagas de UTI entre os leitos reservados para o atendimento da Covid-19.

A situação é mais crítica em seis municípios: Irati, União da Vitória, Telêmaco Borba, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu e Goioerê. Isso porque são cidades de referência no atendimento ao coronavírus e também recebem pacientes vindos de outros municípios. Portanto, das 22 Regionais de Saúde do Paraná, seis não têm mais condições de atender os infectados, o que atrasa a fila de espera por um leito e aumenta os riscos de agravamento dos quadros que exigem transferência para a UTI.

Segundo o diretor de Gestão em Saúde da Sesa, Vinicius Filipak, a fila de espera para unidades de terapia intensiva aumentou 600% em menos de duas semanas.

O esgotamento dos recursos está próximo:

O médico explicou, em entrevista à BandNews FM, que não é possível apontar apenas um fator para o aumento de casos confirmados e internações. O período de carnaval pode ter colaborado para a aceleração do contágio, mas os diagnósticos já registravam tendência de alta antes mesmo do período de festas:

Sobre a expectativa por vacinas, Viniciuk Filipak afirma que o Paraná deve manter a postura passiva diante do Ministério da Saúde. O Estado deve seguir as orientações do governo federal.

De acordo com o diretor da Sesa, existe a expectativa para a chegada de mais doses em breve, mas ainda não há uma data exata para isso acontecer:

Enquanto não há imunização, a preocupação está depositada na garantia de atendimento aos doentes. Ao todo, até o balanço fechado ontem (22) pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, 17 cidades paranaenses registram hospitais com 100% de lotação. No Paraná, são 23 unidades hospitalares sem condições de receber novos pacientes devido à superlotação. Considerando que 50 hospitais foram reservados integralmente ou parcialmente para os atendimentos da pandemia, isso significa que quase metade deles já colapsou.

Com uma taxa média de 92% de ocupação entre os leitos de UTI do SUS para covid-19, duas regiões do Paraná têm índices superiores a 90%: oeste (97%) e leste (93%).

Posteriormente, aparecem as regiões noroeste (88%) e norte (86%). Das 1.231 unidades de terapia intensiva reservadas para casos confirmados ou suspeitos de coronavírus, restam 100 leitos livres.

Reportagem: Angelo Sfair