Professores de 14 escolas estaduais da Regional do Boa Vista protestaram no início da tarde de sexta (6) contra o corte do governo do estado no número de funcionários e também nos benefícios de carreira dos docentes. Os manifestantes também pediram o pagamento imediato da rescisão dos mais de 29 mil professores contratados por meio do Processo Seletivo Simplificado (PSS). O contrato terminou no último dia 31 de dezembro, mas, até agora, o governo do estado ainda não pagou as verbas rescisórias aos trabalhadores. O professor de geografia Júlio do Nascimento conta que a mobilização dos docentes começou nas redes sociais.

Cerca de 350 professores vestiram narizes de palhaço e, com cartazes de protesto, distribuíram folhetos informativos à população. O professor Silvester Dias dá aulas na Escola Estadual Getúlio Vargas e conta que pelo menos seis funcionários foram dispensados após cortes do governo.

Nas escolas que participaram do protesto de hoje, a promessa é de conversar com pais e alunos e paralisar as atividades no primeiro dia de ano letivo.

Sábado (7), professores de toda a rede pública do estado vão se reunir em assembleia para definir se entram ou não em greve geral a partir da próxima semana. Em entrevista coletiva dada na manhã de sexta (6), o secretário de Educação do Paraná, Fernando Xavier informou que o pagamento da rescisão dos contratados pelo PSS vai ser feito até o fim do mês. Já as férias vão ser pagas em duas parcelas, com a primeira delas prevista para março. O anúncio foi uma tentativa de evitar a paralisação dos professores. Mesmo com os cortes de pessoal e redução das turmas de 38 mil para 35 mil e quinhentas neste ano, o secretário acredita que as aulas podem começar normalmente. Segundo ele, os funcionários e professores necessários para suprir as demissões estão sendo integrados às escolas neste fim de semana.

Os professores afirmam que não há condições de iniciar o período letivo na próxima semana, mesmo que a greve não seja aprovada. Isso devido ao corte de funcionários em geral. Segundo a APP-Sindicato, foram demitidos 29 mil docentes.