Como em boa parte do cenário nacional, no Paraná o apelo à segurança pública deu a vitória a candidatos que fizeram campanha em consonância com o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). O candidato paranaense mais votado para a Câmara Federal é o sargento aposentado da Polícia Miliar Gilson Cardoso Fahur, o Sargento Fahur, do PSD, que ficou conhecido depois de aparecer em vídeos virais na internet em que faz críticas a bandidos.

Com 314,9 mil votos, Fahur chegou perto do político paranaense recordista em votos Ratinho Junior, que fez 358,9 mil para a Câmara dos Deputados em 2010. O segundo colocado é o deputado estadual Felipe Francischini (PSL), com 241 mil votos, seguido da senadora Gleisi Hoffmann, do PT, em terceiro, que fez 212 mil votos para deputada federal.

Sargento Fahur se aposentou depois de 35 anos como policial militar. Nos últimos 15 atuou na Rotam. Fahur conta que vê com preocupação a votação expressiva que teve.

Como filiado ao PSD, o puxador de votos ajudou a eleger outros três correligionários. Fahur conta que a filiação faz parte de uma extratégia do deputado Fernando Francischini, do PSL.

Como deputado federal, Fahur afirma que pretende resgatar projetos que considera bons, mas que não tramitara na Câmara. A atuação dele, claro, deve ser voltada à segurança.

Caso Jair Bolsonaro perca a eleição para Fernando Haddad, do PT, no segundo turno, Sargento Fahur disse que pode votar com o governo, mesmo começando na oposição.

O segundo colocado na lista dos mais votados é o deputado estadual Felipe Francischini (PSL), que agora foi eleito deputado federal, enquanto o pai dele, Fernando Francischini, que é deputado federal e coordenador da campanha de Bolsonaro no Paraná, foi eleito estadual.

A troca, segundo Francischini pai, faz parte de uma estratégia de Bolsonaro para aumentar o número de cadeiras do partido nos estados. A terceira colocação na lista dos mais votados é da senadora Gleisi Hoffmann (PT), que optou por não disputar a reeleição neste ano justamente por ter grande potencial de votos e poder ajudar os companheiros de partido a fazer a maior bancada possível no Parlamento.

O quarto na lista é Luizão Goulart, do PRB, que deixou a prefeitura de Pinhais com 90% de aprovação em 2016 depois de dois mandatos seguidos. Entre os destaques, dois ex-prefeitos de Curitiba foram eleitos deputados federais: Gustavo Fruet, do PDT, com 113 mil votos, em oitavo lugar; e Luciano Ducci, do PSB, em 13º lugar com 98 mil votos.

O candidato a prefeito de Curitiba Ney Leprevost, derrotado no segundo turno em 2016 por Rafael Greca, também se elegeu deputado federal. Leprevost fez 92 mil votos. Em seguida na lista, entre os destaques está Luisa Canziani (PTB), filha do deputado federal Alex Canziani, do mesmo partido, que se elegeu com apenas 22 anos.

Boca Aberta (PROS), ex-vereador de Londrina que chegou a ser cassado por quebra de decoro e ficou conhecido por vídeos em que faz críticas ao sistema se elegeu com 90 mil votos. O mardido da governador Cida Borghetti,  Ricardo Barros (PP), ex-ministro da Saúde, se reelegeu com 80.025. O filho do ex-ministro José Dirceu, Zeca Dirceu, do PT, ex-prefeito de Cruzeiro do Oeste, também garantiu a reeleição, com 77 mil votos.

Sargento Fahur (PSD) 314.960
Felipe Francischini (PSL) 241.533
Gleisi (PT) 212.471
Luizão Goulart (PRB) 141.730
Sandro Alex (PSD) 124.511
Leandre (PV) 123.958
Paulo Martins (PSC) 118.754
8º Gustavo Fruet (PDT) 113.250
Giacobo (PR) 111.384
Hermes Frangão Parcianello (MDB) 110.717
11ª Christiane Yared (PR) 107.630
Diego Garcia (PODE) 103.154
Luciano Ducci (PSB) 98.214
Aliel Machado (PSB) 95.385
Sergio de Souza (MDB) 94.073
Pedro Lupion (DEM) 92.155
17 Ney Leprevost (PSD) 92.399
Luisa Canziani (PTB) 90.245
Boca Aberta (PROS) 90.158
Ricardo Barros (PP) 80.025
Zeca Dirceu (PT) 77.304
Rubens Bueno (PPS) 76.448
Schiavinato (PP) 75.540
Filipi Barros (PSL) 75.326
Luiz Nishimori (PR) 73.344
Toninho Wandscheer (PROS) 72.475
Vermelho (PSD) 70.001
Enio Verri (PT) 62.169
Aroldo Martins (PRB) 52.572
Aline Sleutjes (PSL) 33.628

Reportagem: Narley Resende