Com juros em queda, investidores buscam opções mais arriscadas.
A fusão das empresas Arezzo e Grupo Soma, dono das marcas Animale, Farm e Hering, anunciada nesta segunda-feira, vem sendo vista como a retomada do mercado de fusões e aquisições, após dois anos ruins, com quedas significativas neste tipo de negócio.
Em termos de Brasil, em 2023, foram concretizadas cerca de duas mil transações, que envolveram recursos da ordem de R$ 215 bilhões, ou uma queda de 16% em número de negócios e redução de 26% em valor, se comparado com o ano anterior. Contribuíram para o desaquecimento do mercado de fusões e aquisições a pandemia de Covid-19, os conflitos geopolíticos entre Rússia e Ucrânia e, mais recentemente, a guerra entre Israel e Hamas, além de um longo período de taxas de juros elevadas.
Entretanto, a expectativa para 2024 é otimista, e algumas razões fundamentam essa perspectiva. A tendência de queda das taxas de juros é um fator crucial. Ou seja, com os juros mais baixos os investidores voltam para oportunidades mais arriscadas, como fusões e aquisições.
A fusão e a aquisição de empresas são caminhos para crescer ou se fortalecer no mercado. Essas operações são alternativas ao crescimento orgânico, que é a expansão do negócio apenas a partir de sua própria estrutura.
Este tipo de operação também ajuda as empresas a terem acesso a novos mercados e, desse modo, obter boas margens e alta demanda.
Outra vantagem por meio da fusão ou da aquisição de outra empresa é a expansão de forma mais rápida, pois ocorre a partir dos ativos de um negócio já existente e estruturado.
Por fim, este tipo de transação abre a possibilidade de se obter tributos mais baratos, como ICMS, a depender do Estado onde se localiza a empresa-alvo. Além disso, no caso da compra, a empresa que assume o controle pode compensar seus lucros acumulados quando o negócio adquirido tem prejuízos acumulados e, assim, reduzir os impostos futuros.