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5 filmes de drama disponíveis em Streamings

Os filmes estão disponíveis na Netflix, Amazon Prime, Hbo Max, Star+ e Globoplay

 5 filmes de drama disponíveis em Streamings

Foto: Divulgação Prime Video

O drama é um dos mais conhecidos gêneros do cinema. Sua origem pode ser rastreada até a Grécia Antiga com o Teatro. Nos dias de hoje esse é um dos mais premiados e bem avaliados gêneros da sétima arte.

Os filmes de drama são uma boa pedida para quem quer assistir histórias profundas que despertam diversos sentimentos. O drama é muito amado pelo público por trazer muitas vezes emoções e situações comuns, o que torna fácil para o espectador se identicar.

Brilho eterno de uma mente sem lembranças: Disponível em Hbo Max, Globoplay, Star+ e Netflix

Foto: Divulgação Hbo Max

Em um mundo que é possível apagar as memórias, Joel (Jim Carrey) descobre que sua ex-namorada Clementine (Kate Winslet) resolveu apagá-lo de suas memórias e após a descoberta ele resolve fazer o mesmo. Porém na metade do processo Joel muda de ideia. Assim, preso dentro da própria mente, ele tenta impedir o experimento.

O filme traz uma história muito bonita de um término de namoro entre duas pessoas que se amaram intensamente. Ao longo do filme acompanhamos não só o fim do relacionamento mas também seu início e desenvolvimento. O filme é extremamente humano, e mesmo trazendo personagens com personalidades bem diferentes e uma proposta futurista de apagar as memórias, o longa ainda consegue trazer uma sensação de identificação ao espectador pelo tema comum. O diretor do filme inclusive  revelou que só entendeu o quão realista o filme era depois que a namorada dele terminou com ele. O diretor contou que, antes disso, acreditava que algumas atitudes dos personagens eram clichês de histórias de amor.

O roteiro do filme foca em mostrar que mesmo os momentos tristes e dolorosos fazem parte da vida, trazem ensinamentos e moldam quem somos. Além disso, ele ainda passa a mensagem de que para certas coisas funcionarem é necessário superar as dificuldades e obstáculos existentes.

A narrativa e montagem do filme é muito criativa e interessante. Após a decisão de Joel, o longa se passa quase que por completo revivendo as memórias dele com Clementine, porém isso é feito de maneira inversa e assim como o protagonista, vamos descobrindo, ou no caso de Joel redescobrindo, o encanto que existia na relação. Além disso, todas as cenas no mundo das memórias são extremamente interessantes com um mundo que vai se desfazendo. O diretor ainda faz um ótimo trabalho com as perspectivas da câmera e grande parte dos takes foram feitos sem uso de efeitos especiais como, para quem já assistiu, a cena final do filme.

Outro destaque do filme são os personagens, que são extremamente complexos e cheios de camadas e principalmente a química entre Carrey e Winslet. Assim como sua performance em Show de Truman, Jim Carrey impressiona mais uma vez no gênero de drama com uma performance muito verdadeira e natural se utilizando de um tom de voz baixo e um jeito bem contido quase que melancólico, bem diferente de seus outros filmes. O diretor do filme inclusive já revelou em entrevista que ele incentivava todos os atores a improvisarem exceto Jim Carrey, e bom, isso deu muito certo já que o ator traz uma atuação memorável. Já a personagem de Kate Winslet é o completo oposto em vezes beirando a imprevisibilidade. A atriz consegue captar e reproduzir perfeitamente a espontaneidade de sua personagem de uma forma que parece natural e nada forçada.

Original e cheio de momentos belos, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças é um dos mais criativos e impactantes filmes de relacionamento que lida sem sutilezas com os sentimentos que traz acima de tudo um questionamento de que mesmo com a dor e os momentos difíceis diversas memórias são importantes e sempre ficarão como queridas.

O Lado Bom da Vida: Disponível em Netflix, Star+ e Globoplay

Foto: Divulgação Netflix

Após perder a casa, o emprego e a esposa, Pat (Bradley Cooper) é internado em um hospital psiquiátrico por 8 meses. Ao sair ele tenta voltar à vida normal e conquistar novamente sua esposa. É nesse contexto que ele conhece a instável Tiffany (Jennifer Lawrence) por quem acaba criando uma amizade.

Apesar de ter uma atmosfera de drama ele se enquadra numa comédia romântica. O humor do filme se dá quase por completo pelas reações dos personagens de Cooper e Lawrence ao mundo e a imprevisibilidade de ambos os personagens. Essa constante surpresa que os personagens têm é o que fascina e conquista os telespectadores e ajudam muito com o ritmo do filme já que ele é dinâmico.

Os dois atores são extremamente carismáticos e tem ótima química juntos  e conseguem transmitir isso ao público com muita facilidade, e isso faz com que torcer por eles seja fácil. Bradley Cooper entrega a melhor performance neste filme, embora não tenha levado a estatueta. Jennifer Lawrence sempre impecável também se destaca no longa .

Além dos dois protagonistas fortíssimos, o filme ainda tem outras grandes estrelas como Robert De Niro e Jacki Weaver, que interpretam os pais de Pat, e trazem ótimas performances e possuem um ótimo timing de comédia.

O roteiro do filme é muito inteligente e foi adaptado pelo próprio diretor. Ele é recheado de diálogos ininterruptos que deixam bastante espaço para os atores entregarem performances incríveis e improvisarem, o que auxilia na imprevisibilidade dos personagens. A direção também é bem criativa, cheia de movimentos inquietos de câmera e mudanças de planos. 

O Lado Bom da Vida inova trazendo uma estrutura similar a de comédias românticas, mas conseguindo fugir dos clichês com seus personagens únicos e interessantes.

Onde os Fracos não têm vez: Disponível em Globoplay e Telecine

Foto: Divulgação Prime Video

Desde a era de filmes de faroeste de Eastwood, o herói tem se desprendido do arquétipo de bom-moço – como no filme Cimarron, que levou a estatueta em 1931 – se tornado cada vez mais real e humano, com uma moral duvidosa e certo sarcasmo. E nesse filme, não é diferente.

Durante o filme é apresentado o nosso “herói” Llewelyn Moss (Josh Brolin), que enquanto caçava, encontrou uma possível cena de venda de drogas onde os envolvidos se encontram mortos. Enquanto observa, ele encontra uma mala de dinheiro e resolve levá-la consigo. Porém, Moss passa a ser perseguido por Chigurh (Javier Bardem), um frio e soberbo assassino.

O roteiro foi preciso ao criar personagens que fogem da ideia de herói bondoso.  O realismo do filme gera identificação com o contexto da história, já que o próprio personagem tem falhas e acertos, ele estava apenas no lugar e na hora errada.

Os diretores usam muito os planos abertos e fechados, mas não de forma exagerada, o que apenas completa usando a paisagem do deserto para expressar solidão, tensão e angústia. Além disso, o filme tem a trilha sonora praticamente ausente e se aproveita muito dos sons ao redor, como os passos e respirações ofegantes dos atores. A sonorização também valoriza os menores ruídos possíveis, o que agrega essa sensação de tensão e suspense.

A performance excepcional de Javier Bardem impressiona a cada cena do personagem, sendo um dos mais marcantes vilões do cinema, o ator construiu um psicopata com um claro desprezo à vida humana, tornando a ação de matar tão natural quanto a respiração. Não é atoa que o ator levou a estatueta de melhor ator para casa. Chigurh, mesmo sendo um assassino, age e dialoga com as vítimas de forma calma, cruel e quase que metódica, seguindo um ritual. Seu personagem também chega de forma repentina e inesperada como a própria morte.

Outro personagem importante para a trama é o xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones), que forma o terceiro ponto de vista da trama. Bell mantém aquela fórmula de xerife de cidade pequena que passa a investigar o caso indo atrás de Llewelyn. O personagem representa a esperança e de certa forma traz à trama o dia a dia real por sua perspectiva – já que ele não conhece aquelas pessoas que estão indo atrás. E de certa forma, nem o espectador conhece, pois não somos apresentados a nada mais do que o presente. Poético né?

Apesar de ter um ritmo por vezes cansativo, Onde os Fracos Não Têm Vez, ganha nas diversas cenas de tensão, nas atuações fantásticas e seu ótimo roteiro.  Com um faroeste moderno e mais próximo da nossa realidade, ele é um dos mais inesquecíveis filmes a ganhar a premiação.

Rain Man: Disponível em Amazon Prime

Foto: Divulgação Prime Video

O filme conta a história de Charlie (Tom Cruise) que descobre na leitura do testamento do pai que ele não era seu único herdeiro, e acaba descobrindo que tem um irmão chamado Raymond (Dustin Hoffman) que é autista e mora em sua cidade natal em uma instituição. A trama então conta da viagem de carro dos dois irmãos indo de Ohio à Califórnia para que Charlie consiga disputar sua parte da herança e se livrar da custódia do irmão.

O filme traz uma história sobre a descoberta do amor através da relação entre os dois irmãos. Uma das coisas mais interessantes na relação, é que eles acabam se identificando um com o outro, já que, cada um à sua maneira, tem dificuldades de se relacionar com outras pessoas, o que é evidenciado nos outros relacionamentos de Charlie.

A relação construída através da viagem é de uma forma muito real, e mesmo com os momentos de tensão, ainda traz uma naturalidade com momentos leves e engraçados entre eles.

O diretor usa muitos closes durante o filme para apreciar e aproveitar as atuações maravilhosas dos atores, principalmente quando os irmãos se juntam. Além disso, ele também faz uso de planos subjetivos, como o do semáforo na rua que representa o olhar de Raymond sobre o mundo.

Já a fotografia do filme aproveita muito da beleza dos cenários, trazendo para o filme as características mais marcantes dos lugares que os irmãos visitam.

Tom Cruise entrega um protagonista muito egoísta e estressado, sem muita sensibilidade e disposto a fazer qualquer coisa para conseguir o que quer. Porém com o desenvolvimento de seu relacionamento com Raymond ele vai se transformando de forma lenta e natural em um homem preocupado, principalmente com o irmão. Tom Cruise entrega uma atuação impressionante sendo esta uma de suas melhores performances.

Mesmo assim, é Dustin Hoffman quem mais se destaca no longa com uma atuação excelente, sensível e emocionante. O ator se atenta aos mínimos detalhes ao compor seu personagem, como os gestos e seu olhar vago sendo feito de forma natural, o que gera ao público uma identificação com o personagem.

Rain Man é um filme definitivamente bonito com a dosagem perfeita de comédia e drama. Sem nenhuma vez parecer forçado, apresenta uma história emocionante de fraternidade.

Beleza Americana: Disponível em Hbo Max

Foto: Divulgação Hbo max

O American way of life, emprego estável, carro na garagem, casa no subúrbio, felicidade. É o sonho de todos, menos o de Lester Burnham (Kevin Spacey), que é infeliz com essa vida. Sua mulher (Annette Bening) e filha (Thora Birch) o ignoram e o emprego não traz satisfação. Tudo isso muda quando ele conhece a amiga de sua filha, Angela (Mena Suvari), por quem ele sente uma atração obcecada e começa a realizar mudanças em sua vida. 

O filme traz à tona a ideia de que as aparências enganam, e tem como pano de fundo os subúrbios americanos e a vida pacata. Com muito uso de zoom-in e zoom-out o diretor tem como foco permitir com que o público se sinta como um observador daquele cotidiano. A fotografia do filme também acentua esse fator já que as casas do bairro são construídas de maneira muito simétrica. 

O diretor aposta na estética simétrica que ilustra a grande preocupação com as aparências, mas ao mesmo tempo os elementos que compõem as cenas não tem sintonia entre si, o que reforça toda a artificialidade daquela vida.

O diretor, ainda, encaixa diversos simbolismos para descrever as sensações e sentimentos dos personagens. De formas criativas, muitos deles são mostrados atrás de janelas ou telas que simbolizam as prisões que eles vivem. Outra coisa interessante é a similaridade na primeira e última cena de Lester aparece. A coloração do filme também é muito focada na cor vermelha, inclusive em todos os momentos de empolgação de Lester a cor está presente, que remete à cor da rosa.

Todos os personagens são muito complexos e interessantes, e o roteiro do filme faz questão de não deixá-los unidimensionais. Além disso, todos os atores trazem ótimas performances, mas principalmente Kevin Spacey. A atuação de Spacey tem um papel crucial no filme, conseguindo transmitir ao telespectador exatamente as emoções de seu personagem apenas com sua voz e olhar. 

O roteiro também é muito bem escrito com ótimos diálogos. Também não ficam de fora os de Lester e sua esposa, Carolyn, que chega a ser cômico por mais que sejam cheios de ressentimentos.

Beleza Americana apresenta uma história em que a jornada é mais importante que a chegada, onde todos os personagens buscam algo e muitos acabam frustrados, sendo um retrato da falsa vida boa do American Way of Life.

Por Carolina Genez com supervisão de Angela Luvisotto

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