Oposição já coleta assinaturas para tentar instaurar CPI da Operação Quadro Negro
Os deputados voltaram a se reunir nesta terça-feira (02) na primeira sessão do ano na Assembleia Legislativa do Paraná. Os projetos só voltam a ser votados nesta quarta-feira (03). Antes de retomar o debate de propostas, a oposição da Casa já se movimenta para tentar aprovar a criação de uma CPI para averiguar denúncias feitas durante a Operação Quadro Negro. As investigações do Ministério Público apuram o desvio de cerca de R$ 20 milhões de reais destinados à construção de escolas públicas do Paraná. Além do governador Beto Richa, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), e o primeiro-secretário da Casa, deputado Plauto Miró (DEM), foram citados por testemunhas. Todos são suspeitos de terem usado as verbas desviadas para abastecer os caixas de campanha. Após o governador Beto Richa ser citado nas investigações da Operação Publicano, do Ministério Público, um inquérito para investigar o caso foi aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Procuradoria-Geral da República. Para o líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Veneri (PT), é improvável que os deputados da base assinem a aprovação da CPI.
Para que a comissão consiga sair do papel, 18 deputados precisam assinar a aprovação. No ano passado, a oposição tentou instaurar a CPI, mas só contou com o apoio de 11 parlamentares. O líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), não concorda com a instauração a CPI, mas garantiu que não vai orientar os deputados da base a vetarem a criação da comissão. Ele argumenta que os dois deputados citados na Quadro Negro têm direito à defesa junto à Justiça.
O presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB) nega que tenha recebido dinheiro vindo de desvio.
Dos projetos que devem voltar à pauta dos deputados, um dos que mais deve causar divisão entre os parlamentares está o que define o imposto sobre heranças, o chamado ITCMD. A proposta de aumentar a alíquota do imposto foi encaminhada pelo governo, mas acabou retirada da pauta em dezembro após intenso debate na Assembleia.