Presidente da Câmara tem 10 dias para se manifestar como testemunha de ex-senador na Lava Jato
A defesa do ex-senador Gim Argello, preso na 28ª fase da operação Lava Jato, protocolou uma lista com treze perguntas que devem ser respondidas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar foi indicado como testemunha de defesa no processo ao qual Argello responde pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em uma das perguntas, os advogados do ex-senador questionam se em algum momento Gim Argello pediu ao presidente da Câmara algo ilícito. Além disso, a defesa do ex-parlamentar pergunta se “alguma vez o ex-senador Gim Argello abordou o deputado Rodrigo Maia para pedir que empreiteiros não fossem convocados a prestar depoimento na CPI da Petrobras”.
O presidente da Câmara tem até dez dias para responder às perguntas por escrito e o Ministério Público Federal, caso queira, ainda tem três dias para protocolar uma lista com outros questionamentos.
O ex-senador Gim Argello está preso desde abril deste ano, quando foi deflagrada a 28ª fase, chamada de Vitória de Pirro. Ele é investigado pela suspeita de ter recebido R$ 5,35 milhões para não convocar executivos de empreiteiras a prestar depoimento na CPI Mista da Petrobras. O esquema teria funcionado entre abril e dezembro de 2014.
Pelo menos quatro empreiteiras pagaram propina para não serem convocadas a depor na CPI: UTC Engenharia, OAS, Toyo Setal e Odebrecht. De acordo com o MPF, outras três também foram assediadas pelo político, mas não pagaram a propina exigida. A maior parte dos recursos (R$ 5 milhões) teria sido paga pela UTC Engenharia e o restante, no valor de R$ 350 mil, foi feito pela construtora OAS na conta da paróquia São Pedro. A igreja fica em Taguatinga, no Distrito Federal, e era frequentada pelo ex-senador.