Governo se compromete a fazer o repasse de verbas de custeio das universidades estaduais
A greve das universidades estaduais do Paraná, que começou durante o carnaval, está perto de terminar. A possibilidade veio após a reunião realizada terça (24) entre o governador Beto Richa (PSDB) e os reitores das instituições, no Palácio Iguaçu. Nela, o governo se comprometeu a fazer o repasse das verbas de custeio das universidades, – aquelas usadas para o pagamento de água, luz e a compra de materiais, por exemplo. Além disso, o Executivo se comprometeu a pagar o terço de férias de servidores e professores – atrasado desde dezembro – até o fim do março. Mas o principal avanço para a categoria foi um decreto assinado pelo governador que dá início ao processo de implantação Autonomia Universitária. A medida era um pedido antigo de algumas universidades estaduais e já é praticada em estados como São Paulo, na USP. A partir dela, cada instituição pode fazer a gestão independente dos recursos que recebe do governo. O reitor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unioeste) e presidente da Associação Paranaense das Instituições de Ensino Público (Apiesp), Aldo Bona, explica que a autonomia não é unanimidade, mas, se bem discutida, pode melhorar a manutenção das universidades
Para tentar implantar o sistema no Paraná, o governo decretou a criação de um grupo de estudos composto por representantes das Secretarias da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; da Fazenda e das universidades. A comissão terá 120 dias para concluir os pareceres. Com base neles, o Executivo vai formular e encaminhar o projeto de lei para aprovação na Assembleia Legislativa do Paraná. Quanto aos problemas financeiros que motivaram a greve das universidades, o secretário de Ciência e Tecnologia, João Carlos Gomes, garantiu que, após serem suspensas no último dia 13, as verbas de custeio vão ser pagas pelo governo. Até quarta (25), todas as instituições vão informar o valor necessário para iniciar o ano letivo. O governo não quis revelar quanto deverá ser depositado na conta das universidades, mas garantiu que a verba deve ser a necessária para manter as instituições por quatro meses.
Na reunião, o governador Beto Richa afirmou que vai pagar o terço de férias dos professores e servidores em uma parcela, a ser depositada até o fim de março. Na Universidade Estadual de Londrina, os funcionários estão em greve geral porque não receberam o benefício, atrasado há dois meses. Quem relata é a professora do curso de Serviço Social da UEL, Eliana dos Santos.
Após o encontro com o governo, as categorias que compõem as universidades, como a de professores e servidores, devem se reunir em assembleia ao longo da semana para definir o fim das paralisações.