Donos de restaurantes se reúnem para discutir o pagamento de 10% para garçons
Nesta sexta-feira donos de restaurantes de Curitiba e região se reúnem para discutir o pagamento de 10% da conta para gorjeta dos garçons. A ideia é propor duas opções: uma que estabelece a cobrança obrigatória para os clientes – sendo que 75% desse valor seria repassado aos funcionários e o restante iria para os empresários – e outra que cobra os 10% de maneira informal, ou seja, não sendo regra para todos os estabelecimentos. Nesta última proposição, o valor da gorjeta seria dividido pelos próprios funcionários. O advogado da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, Maurício Santiago, explica que o objetivo é fazer com que haja uma padronização no que é cobrado de gorjeta e no que é repassado para os trabalhadores.
Ainda há um outro projeto que vai ser discutido e que prevê a cobrança de 30% do valor da conta depois das 11 horas da noite. Todas essas questões vão ser discutidas na convenção coletiva, ou seja, um ato entre patrões e empregados para formalizar algumas questões de mútuo interesse. O garçom Angenor da Silva, que há 35 anos trabalha em um restaurante de Santa Felicidade, acha muito difícil que os dois lados entrem em um consenso. Ele argumenta o porquê é necessário manter a gorjeta.
Desde 2007, um projeto de lei que estabelece regras para a cobrança de gorjetas tramita no Congresso Nacional. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Curitiba, região e Litoral, Marcos Fatucchi, diz ser contra a obrigatoriedade do pagamento de gorjetas.
Na semana passada, a Câmara Municipal de Cuiabá, no Mato Grosso, aprovou a obrigatoriedade do repasse dos 10% da gorjeta para os garçons. Hoje o cliente não é obrigado a pagar esse percentual de gorjeta. A reunião da Abrasel ocorre amanhã (sexta) pela manhã.