Depois de terceira rodada de negociações, alunos mantêm ocupação da Reitoria da UFPR
Os alunos que ocupam a Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desde terça-feira (10) se recusaram mais uma vez a deixar o prédio depois da terceira rodada de negociações com representantes da instituição, realizada neste sábado (14).
Eles impedem o acesso aos departamentos de Licitações e Contratações (Delic) e de Logística (Delog). Segundo a Reitoria da UFPR, prejuízos começam a ser causados à comunidade acadêmica e não há possibilidade legal para que a universidade obrigue a empresa Blumenauense a recontratar os 13 trabalhadores dos Restaurantes Universitários que foram demitidos.
O protesto dos estudantes foi motivado por essas demissões. Na sexta-feira (13), a universidade havia proposto a desocupação enquanto se esperava um relatório do Ministério Público do Trabalho, que investiga a situação dos funcionários terceirizados nos Restaurantes Universitários da instituição.
A proposta da UFPR é que medidas que venham a ser estabelecidas pelo MPT sejam acompanhadas pelas entidades representantes dos alunos e dos funcionários que organizam a ocupação, que reúne cerca de 30 estudantes. A ocupação do prédio foi organizada por um coletivo de alunos chamado de Frente de Apoio à Luta dos Trabalhadores e Trabalhadoras Terceirizados da UFPR.
De acordo com o movimento, pelo menos 13 trabalhadores do RU foram demitidos após participarem de uma greve no ano passado. Desde o dia 6 de abril, o Ministério Público do Trabalho realiza inspeções em todas as unidades do RU em Curitiba.
Na reunião deste sábado, os estudantes não recuaram da posição inicial e decidiram trazer uma nova pauta de reivindicações, mais ampla que a inicial, envolvendo trabalhadores terceirizados da limpeza, vigilância e manutenção. Os manifestantes afirmam não reconhecer a competência do MPT para resolver o caso. A Pró-Reritoria de Planejamento informa que a ocupação impede o Delic de fazer novas compras e pagamentos.
Os representantes da universidade solicitaram que o grupo formalize as reivindicações por escrito, incluindo os nomes dos 13 trabalhadores supostamente demitidos por motivações políticas, para que o Ministério Público do Trabalho tome as providências necessárias.