Caminhoneiros presos por racha após morte de família são soltos no Paraná
Quatro caminhoneiros que teriam participado de um racha que provocou um acidente e resultou na morte de três crianças e dos pais no dia 2 de julho, em uma rodovia no Paraná, foram soltos no início da semana por ordem da Justiça. Os quatro estavam presos na cadeia pública de Mamborê, no Noroeste do Estado, desde o dia seguinte ao acidente. Os quatro suspeitos tiveram de colocar tornozeleira eletrônica. Os caminhoneiros foram denunciados pelo Ministério Público por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou cinco caminhoneiros por participação no racha. O quinto caminhoneiro não foi preso porque escapou do flagrante. Ele se apresentou depois, prestou depoimento e foi liberado. Os caminhoneiros soltos na segunda-feira são moradores de cidades da região de Foz do Iguaçu. Em depoimento à polícia após o acidente, os presos negaram a prática do “racha” na rodovia. A colisão ocorreu na BR 369 na noite de 3 de julho. Na contramão, o caminhão conduzido por Wagner Aparecido Costa bateu de frente contra um Escort.
Os ocupantes do veículo – o casal José Reinaldo da Rocha, de 34 anos, e Alessandra da Rocha, de 31, e as crianças Mariana da Cruz, de 11 anos, Luan Gabriel da Cruz, de 9, e Maria Vitória da Cruz, de 4 anos, morreram na hora.
O filho mais velho do casal, de 14 anos, estava em outro veículo que não se envolveu no acidente. Ele presenciou a marte da família.
Testemunhas do acidente afirmaram em depoimento que os caminhoneiros estariam disputando um “racha” na rodovia. Segundo o delegado Marcelo Trevisan, registros dos tacógrafos revelaram que as velocidades dos caminhões, no momento do acidente, estavam entre 90 a 105 km por hora. Em depoimento na delegacia, uma testemunha afirmou que o caminhão que se envolveu no acidente estava em alta velocidade e, para não bater na traseira dos outros caminhões, avançou na pista contrária onde estava o Escort da família.