Os vereadores de Curitiba votam amanhã (11) a mensagem do Executivo para tornar a bilhetagem eletrônica a principal forma de cobrança no transporte coletivo da capital. Além da redação original, que autoriza a implementação exclusiva desse sistema por meio do cartão-transporte, os vereadores devem discutir dois substitutivos gerais, que buscam proteger os cobradores e evitar a demissão em massa desses profissionais.

O primeiro, de autoria do vereador Tico Kuzma (Pros), prevê a substituição dos cobradores de ônibus pelo sistema eletrônico de forma gradual, condicionando o desligamento dos funcionários a casos de aposentadoria, demissão, adesão a Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou quando o funcionário aceitar desempenhar outra função na empresa. A segunda proposta de substituição, do vereador Rogério Campos (PSC), retira a condição de exclusividade no formato de pagamento eletrônico.

A proposta indica o compartilhamento do trabalho entre a bilhetagem eletrônica e os cobradores de ônibus – da mesma forma como funciona atualmente. No fim de maio, um acordo firmado entre representantes do Ministério Público do Trabalho e do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana, o Sindimoc, definiu que a implantação do sistema de bilhetagem eletrônica de Curitiba seja feita de forma progressiva até 2023.

A proposta exclui o uso de dinheiro para o pagamento de passagem e, consequentemente, a função de cobrador deve deixar de existir nos próximos anos. Em compensação, até 2023 os postos de trabalho estariam garantidos para os cobradores da cidade.  Na mesma reunião ficou acertado ainda que até maio de 2020 só vão ser desligados da função os cobradores que se aposentarem ou que assumirem a função de motorista do transporte coletivo. Já a partir de maio de 2020, a cada ano, 500 cobradores vão ser requalificados para serem migrados para outros postos de trabalho.

Reportagem: Ana Flavia Silva e Felipe Harmata