Pesquisa da UFPR que quer acelerar computadores recebe financiamento inédito de R$ 1 milhão
Não é todo dia que um projeto de pesquisa recebe um financiamento milionário no Brasil. Foi o que aconteceu com uma pesquisa da UFPR (Universidade Federal do Paraná), que quer aprimorar a memória e o consumo de energia de computadores. O projeto do professor Marco Antonio Zanata Alves, pós-doutor em Ciência da Computação, foi premiado com uma bolsa de R$ 1 milhão de uma fundação privada, o Serrapilheira. Ele foi um dos 12 jovens pesquisadores do país que conseguiram o prêmio, disputado por dois mil concorrentes e concedido de forma inédita no Brasil.
A pesquisa está em andamento há cinco anos. Ele e seus alunos já conseguiram processar dados 80 vezes mais rápido que o normal, consumindo apenas um terço da energia do computador com o uso de memórias inteligentes. Parece coisa de ficção científica, mas, segundo o professor, é algo que pode ter aplicação no dia a dia de qualquer pessoa.
O professor explica que a memória inteligente em que o grupo trabalha nada mais é do que uma peça que reúne funções de um processador à memória de um computador. Normalmente, essas partes estão separadas, e o caminho entre uma coisa e outra consome energia e velocidade.
Com a união, os computadores ficam mais rápidos e consomem menos bateria. O pesquisador diz que ele próprio se surpreendeu com os resultados.
Zanata tem 34 anos e já é pós-doutor em Ciência da Computação. Nascido na cidade paulista de Presidente Prudente, ele cursou sua graduação na Unesp, fez mestrado e doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e virou professor concursado da UFPR há três anos. Hoje, cerca de 25 alunos e professores da universidade estão envolvidos no projeto de pesquisa.
Para ele, a bolsa do Serrapilheira foi fundamental para que a pesquisa não morresse por falta de financiamento, como tantas outras no Brasil.
O prêmio de um milhão de reais deve ser usado para a compra de computadores e servidores de informática pela UFPR, além de pagar bolsas e outros gastos do projeto. O financiamento deve durar pelos próximos três anos. Essa é a segunda rodada de financiamento de pesquisa promovido pelo Serrapilheira, uma instituição privada sem fins lucrativos que quer promover e financiar a ciência no Brasil.
Reportagem: Estelita Carazzai