Em nota, força-tarefa Lava Jato defende possibilidade de hacker fabricar diálogos
A força-tarefa Lava Jato volta a se manifestar sobre o vazamento de conversas entre procuradores — incluindo também diálogos com o ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro –, desta vez afirmando que os diálogos divulgados pelo portal The Intercept Brasil podem ter sido “fabricados”.
Os procuradores defendem a versão com base na notícia de que um hacker teria se passado por um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para enviar mensagens em um grupo no aplicativo Telegram. Segundo a Lava Jato, isso “torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material” divulgado até agora.
Por meio de nota enviada à imprensa ontem (12) à noite, a força-tarefa sustenta que diálogos inteiros poderiam ter sido forjados pelo hacker ao se manifestar por autoridades e seus interlocutores. O portal The Intercept Brasil não fala sobre a origem do material entregue à redação do jornal e nunca afirmou que a origem do vazamento é um hackeamento. O aplicativo russo Telegram — plataforma usada para troca de mensagens — negou ter sido alvo de ataques cibernéticos e sugeriu que a provável causa do compartilhamento indesejado do conteúdo aconteceu devido ao mau uso dos envolvidos.
Os procuradores têm insistido na versão de um suposto ataque, e afirmaram nesta quarta (12) que “diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker ao se passar por autoridades e seus interlocutores”. Neste contexto, a força-tarefa Lava Jato diz que o conteúdo traz consigo dúvidas quanto à autenticidade.
A nota divulgada pelo Ministério Público Federal no Paraná ainda afirma que os vazamentos darão vazão à divulgação de fake news. Ao final da manifestação, a força-tarefa pede que o suposto hacker seja identificado e responsabilizado assim como “os mandantes e aqueles que objetivam se beneficiar desses crimes a partir de uma ação orquestrada contra a operação Lava Jato”.
Reportagem: Angelo Sfair