A chamada “quarentena mais restritiva” determinada pelo governo estadual na semana passada não atingiu os efeitos esperados. Apesar do novo decreto, o índice de isolamento social no Paraná continua abaixo da marca de 40%. Na semana anterior ao anúncio das medidas mais restritivas, o índice de isolamento social no Paraná variou entre 36% e 37%. Após o decreto, praticamente não houve mudanças perceptíveis: o índice variou entre 37% e 38%. A variação insignificante não permite constatar que, de fato, as medidas impostas pelo governo foram capazes de aumentar o isolamento no Paraná.

Contraditoriamente, os maiores valores da semana passada foram registrados na segunda e na terça-feira, antes do início da quarentena nas sete regionais mais afetadas pela pandemia do coronavírus. Os dados são da empresa de tecnologia InLoco, que utiliza dados de uma base de 60 milhões de dispositivos móveis para mapear o isolamento social no Brasil.

Os números de isolamento alcançados pelo Paraná na semana em que foi imposta a “quarentena mais rigorosa” então muito abaixo do que prevê o plano estadual de enfrentamento à Covid-19. Ao anunciar as medidas mais restritivas, o secretário da Saúde Beto Preto afirmou que o índice ideal é acima de 50%:

A quarentena foi determinada na terça-feira passada (30) após a escalada desenfreada dos casos de coronavírus no Paraná. As restrições foram impostas em 163 municípios, onde vivem mais de 6 milhões e 300 mil paranaenses.

De acordo com o governador Ratinho Junior, as sete regionais com as maiores taxas de incidência da Covid-19 concentram 75% dos casos confirmados no Paraná. Entre as medidas impostas pelos novos decretos estaduais está o fechamento do comércio e de serviços não essenciais.

A “quarentena mais restritiva” também limita o horário de funcionamento dos mercados e supermercados. As lojas de conveniência foram fechadas – depois, foram autorizadas a reabrir com a condição de que não vendessem bebidas alcoólicas. Em relação ao transporte público, foi determinada frota de 65% nos horários de pico (das 5h às 8h, e das 15h30 às 19h30), e de 55% nos demais horários.

Reportagem: Angelo Sfair