Número de casos de coronavírus cresce mais de 100% no Litoral em uma semana
Foi publicado, nesta segunda-feira (06), o decreto que inclui os sete municípios do Litoral do Estado na quarentena que restringe o funcionamento de atividades econômicas consideradas não essenciais e a circulação de pessoas em locais públicos no Paraná.
As medidas entram em vigor nas praias nesta quarta-feira (08) e são válidas por 14 dias. Agora são 141 municípios atingidos pelas restrições mais severas no Estado. Também são afetadas cidades da Região Metropolitana de Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Cascavel e outras três regionais. Na semana passada, o número de casos de coronavírus nas praias aumentou 101%, segundo a Secretaria Estadual da Saúde. A ocupação de leitos de UTI no Hospital Regional do Litoral alcançou 95% na área Covid-19 e atingiu pelo menos 80% em leitos para traumas, partos e outras situações.
O secretário da saúde, Beto Preto, revelou o temor de que as restrições na Grande Curitiba levassem mais pessoas ao Litoral. Por isso, as praias também foram incluídas no decreto.
As operações dos portos de Paranaguá e Antonina não serão afetadas. O Governo do Estado disse também que trabalha para ampliar o número de leitos e a capacidade da UTI no Hospital Regional do Litoral. Atualmente são dez leitos de terapia intensiva e dez de enfermaria disponíveis.
O prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque, lembrou que a cidade registrou cinco mortes nas últimas semanas.
O Ministério Público emitiu recomendação administrativa para que seja ampliada a oferta de leitos de UTI destinados ao atendimento de pacientes infectados com o coronavírus nas praias. A promotoria diz que, na semana passada, alertou para os riscos com o avanço exponencial da pandemia no Litoral. No entanto, não teria recebido dos responsáveis pelo sistema qualquer plano para atendimento da demanda.
Agora, a recomendação estabelece 48 horas para que sejam providenciados mais dez leitos de UTI. O prefeito de Morretes, Osmair Costa Coelho, reforçou a situação crítica para o atendimento dos pacientes.
A suspensão das atividades não essenciais por duas semanas pode ser prorrogada por mais sete dias. A regra se aplica a shopping centers, galerias comerciais, comércio de rua, salões de beleza, barbearias, clínicas de estética, academias, clubes, bares e casas noturnas. Restaurantes e lanchonetes poderão atender somente no sistema drive-thru, delivery ou take away (para retirada no balcão). Mercados, frutarias e panificadoras devem ficar fechados aos domingos. As igrejas e templos religiosos não podem promover encontros presenciais.
Reportagem: Cleverson Bravo