Comitê paranaense deve acompanhar desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19 junto à China e Rússia
Um decreto estadual assinado pelo governador do Paraná, Ratinho Junior, instituiu um comitê especial para coordenar as atividades de pesquisa em torno da vacina contra a Covid-19. Batizado de Comitê Técnico Interinstitucional de Cooperação para Pesquisa, Desenvolvimento, Testagem, Fabricação e Distribuição de Vacina contra a Covid-19, o grupo tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento de um eventual imunizante com eficácia comprovada no Estado.
A equipe é composta por representantes da Casa Civil, do Escritório de Representação do Governo em Brasília, Secretaria da Saúde e Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. Técnicos do Tecpar, Ministério da Saúde, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério das Relações Exteriores e Sociedade Brasileira de Infectologia serão convidados a integrar os trabalhos. O Comitê poderá requisitar estudos técnicos e jurídicos aos órgãos de Estado. O colegiado pode ainda criar grupos internos para tratar de maneira mais aprofundada cada um dos eixos de atuação que compõem a busca pela vacina contra o coronavírus.
Segundo o chefe da Casa Civil, Guto Silva, todas as atividades desenvolvidas pelo Comitê devem observar as normas sanitárias, técnicas e científicas.
O governo estadual assinou na semana passada um memorando de entendimento com o Fundo de Investimento Direto da Rússia para ampliar a cooperação técnica, as transferências de tecnologia e os estudos sobre a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Instituto Gamaleia.
O acordo deixa aberta a possibilidade de realização de testes, produção e distribuição do imunizante, desde que a Anvisa aprove todos os protocolos. O Estado também já assinou um termo de cooperação técnica e científica com a China para iniciar a testagem e a produção da vacina da Sinopharm. O acordo garante ao Paraná acesso ao resultado das duas primeiras fases da pesquisa. Segundo o laboratório, os processos iniciais, já encerrados, tiveram 100% de positivação e nenhuma reação adversa grave. Atualmente as equipes técnicas do Tecpar realizam os ajustes do cronograma e da metodologia que serão utilizadas na parceria. O protocolo de realização da fase III deve envolver as universidades estaduais e os hospitais universitários.
O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, explica que, após ser finalizado, o termo precisa ser submetido aos órgãos regulatórios, e só depois da aprovação, deve ser iniciada a fase de testagem da população.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 167 vacinas contra a Covid-19 estão sendo produzidas e testadas em todo o planeta neste momento e 28 já estão na fase de testes em seres humanos. O Paraná deve reservar R$ 200 milhões de reais para a compra de possíveis vacinas contra a Covid-19 em 2021. Metade do valor deve vir do caixa da Secretaria Estadual da Saúde e a outra parte de um repasse da Assembleia Legislativa.
Reportagem: Juliana Goss