32% dos pacientes com câncer tiveram o tratamento impactado pela pandemia da covid-19 na região Sul do Brasil
32% dos pacientes com câncer tiveram o tratamento impactado pela pandemia da covid-19 na região Sul do Brasil. Já os números nacionais mostram que 43% dos pacientes foram afetados. Os dados fazem parte de uma pesquisa online realizada pelo Instituto Oncoguia.
Segundo o médico hematologista, Paulo Henrique Soares, pacientes com leucemia aguda, por exemplo, tiveram diversos problemas para dar continuidade no tratamento da doença durante este período.
Outra dificuldade também citada pelo especialista, é o baixo estoque de sangue.
O impacto no tratamento dos pacientes varia de acordo com as regiões. Segundo o médico, ainda que a região Sul tenha sido a menos afetado, pelo menos um terço dos pacientes passaram por problemas de atraso da quimioterapia, de internações e de consultas médicas.
Para fugir dos impactos da pandemia, a área de oncologia, possibilitou a utilização de novas terapias que não necessitam o uso da quimioterapia, evitando que o paciente saia de casa com tanta frequência, o que é fundamental por conta do período que estamos passando e pela vulnerabilidade do estado clínico do paciente.
Paulo explica como o medicamento age.
Esse medicamento é aprovado pela Anvisa e aplicado via oral, com efeitos colaterais inferiores ao da quimioterapia e os pacientes que completaram o tratamento no prazo fixo de 12 meses, não apresentaram piora da doença em 28 meses de acompanhamento. Estudos comprovando a eficácia dessa nova terapia foram publicados no New England Journal of Medicine e no Lancet Oncology, renomadas publicações da área.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, a incidência por 100 mil habitantes será de 10.810 novos casos de leucemia. Já no Paraná, a incidência é de 720 novos casos por 100 mil habitantes, dos quais 400 serão em homens e 320 em mulheres.
Reportagem: Fernanda Scholze