Os estudos com a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Johnson & Johnson’s, que começaria a ser testada na fase 3 em Curitiba com 1000 pessoas ainda neste mês, foram interrompidos após um dos pacientes adoecer.

Segundo um documento enviado a pesquisadores envolvidos com o estudo, uma “pausa regulamentar” será cumprida. O sistema online usado para inscrever pacientes no estudo foi fechado, e foi convocado um conselho de monitoramento de dados e segurança. Em comunicado oficial, a empresa afirmou que “um participante do estudo sofreu uma doença inexplicável”, sem fornecer mais detalhes.

Para o professor de imunologia e responsável pela produção de vacina contra a raiva, Sergio Surigi de Siqueira, esse tipo de pausa é esperada dentro do planejamento dos estudos.

A vacina foi a quarta a receber autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer testes de fase 3 no Brasil, onde seria testada com 7 mil participantes. Essa etapa aceitou participantes acima dos 60 anos e com doenças preexistentes como, por exemplo, diabetes, hipertensão, asma e HIV. A idade mínima para participar era de 18 anos. Os estudos até a fase 2 eram promissores.

De acordo com o estudo, publicado na plataforma MedRxiv, que reúne análises antes da revisão por partes, 99% dos participantes entre 18 e 55 anos de idade apresentaram anticorpos nas primeiras fases detectáveis e 98% dos participantes apresentaram anticorpos neutralizantes no 29º dia pós-vacinação.

A vacina até então estava na fase 3 de testes, a última antes antes da aprovação da vacina.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 193 vacinas contra a Covid-19 estão em desenvolvimento no mundo. Dentre elas, 42 estão na etapa de testes clínicos em humanos. Quatro das vacinas na fase três são testadas no Brasil: a da Pfizer/BioNtech; a da Oxford/AstraZeneca; a da Sinovac/Instituto Butantan; e a vacina da Johnson&Johnson.

Reportagem: Leonardo Gomes