Alinhado a Bolsonaro, Ratinho Junior se isenta da busca por vacinas e deve esperar ação do Ministério da Saúde

 Alinhado a Bolsonaro, Ratinho Junior se isenta da busca por vacinas e deve esperar ação do Ministério da Saúde

Foto: divulgação/AENPr

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O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), preferiu não assinar uma carta enviada pelo Fórum dos Governadores ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na qual os gestores estaduais pedem agilidade do governo federal nas negociações para a compra de vacinas.

O grupo pressiona o Palácio do Planalto a trabalhar pela boa relação com a China e com a Índia, que são os principais fornecedores mundiais de imunizantes e insumos para vacinas. A preocupação dos 16 governadores que assinam a carta é com a demora na disponibilização da proteção para a população.

Até o momento, o Brasil dispõe de apenas 6 milhões de doses da CoronaVac importadas pelo governo de São Paulo. Mais dois milhões de doses da vacina de Oxford-AstraZeneca chegam ao País hoje, vindas da Índia. E cerca de cinco milhões de doses produzidas pelo Instituto Butantan com insumos chineses devem ser liberadas pela Anvisa em breve. Juntas, as doses representam apenas 12% do necessário para vacinar apenas os principais grupos prioritários.

Além dessas 13 milhões de vacinas no horizonte, não existe, por enquanto, uma previsão de quando o governo federal vai disponibilizar novos lotes. E essa incerteza motivou as cobranças de parte dos governadores ao Palácio do Planalto.

A advogada Renata Farah, especialista em Direito Médico e à Saúde, explica que não existe um impedimento jurídico para que o governo do Paraná ou as prefeituras negociem diretamente com laboratórios e fornecedores, desde que essa compra não interfira nos planos federais. Segundo ela, o ideal é que esse trabalho seja executado de forma complementar ao Plano Nacional de Imunizações:

Segundo a especialista, estados e municípios poderiam atuar com protagonismo na busca por vacinas para os cidadãos que não figuram nas primeiras etapas dos planos de imunização. Os imunizantes complementares poderiam beneficiar, por exemplo, professores e trabalhadores em educação que em breve estarão expostos à contaminação com o retorno às aulas presenciais.

O Governo do Paraná reservou R$ 200 milhões do orçamento de 2021 para a compra de vacinas. No entanto, não deu sinais de que pretende usar efetivamente o dinheiro. Em entrevista à BandNews FM, nesta quarta-feira (20), Ratinho Junior disse que o Paraná seguirá as ordens do Ministério da Saúde, e contará exclusivamente com a competência da pasta para disponibilizar as vacinas aos paranaenses:

Além dos R$ 200 milhões reservados pelo governo do Paraná, a Prefeitura de Curitiba também reservou mais R$ 100 milhões para a compra de vacinas. Na semana passada, o município pediu autorização ao Ministério da Saúde para negociar com fornecedores de forma independente, mas ainda não recebeu um retorno da pasta.

Reportagem: Angelo Sfair

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