Covid-19: Paraná registra maior ocupação de UTIs desde o início da pandemia e cenário não deve melhorar tão cedo
O Paraná alcança o maior índice de ocupação de leitos de UTI do SUS exclusivos para covid-19 sem expectativas de melhora no cenário nas próximas semanas. Com uma capacidade limitada de ampliação dos leitos, a Secretaria de Estado da Saúde reforça que a única forma de conter o avanço da pandemia e as mortes causadas pela doença é frear a onda de contágio pelo coronavírus. A flexibilização das medidas de restrição de circulação e o comportamento de risco adotado por parte da população são fatores que contribuem para a construção deste cenário crítico.
De acordo com o diretor de Gestão em Saúde da Sesa, Vinicius Filipak, a pasta não projeta dias melhores no horizonte:
O informe epidemiológico mais recente, atualizado ontem (18) pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, também aponta para o maior número de pacientes internados desde o início da pandemia.
O cenário é avassalador, considerando que a taxa de mortalidade entre os internados chega a 25%:
Segundo Vinicius Filipak, a chegada da vacina contra a covid-19, ainda em número insuficiente e incapaz de produzir a desejada imunidade de rebanho, pode ter criado uma falsa sensação de segurança, estimulando comportamentos de risco.
Questionado se a flexibilização das medidas de restrição – como o toque de recolher reduzido no Estado e o recuo para a Bandeira Amarela em Curitiba – teriam alguma parcela na construção do cenário crítico, o diretor de Gestão da Sesa delegou a maior responsabilidade para a população:
02.19 – PREOCUPA LEITOS 03.
Com a superlotação em regiões estratégicas do Paraná, é possível projetar o aumento na fila de espera por um leito de alta complexidade e o aumento da demanda por transferência. Conforme a pasta, de março de 2020 até hoje, 93% dos pacientes que precisaram ser internados com covid-19 receberam atendimento na cidade onde residem ou em municípios vizinhos. E 99% dos atendimentos aconteceram dentro da própria região do paciente.
Segundo a Sesa, medidas mais rígidas de controle da circulação podem ser inevitáveis no futuro próximo caso o cenário continue a piorar gradativamente. Por isso, a pasta reforça as principais formas de prevenir o contágio e a transmissão do coronavírus: isolamento domiciliar, distanciamento social, ventilação dos ambientes, uso da máscara e higienização das mãos.
Reportagem: Angelo Sfair