Relaxamento no pior momento da pandemia é injustificável, alerta infectologista
O relaxamento das medidas de restrição para frear a onda de contágio pelo coronavírus pode apresentar resultados negativos e irreversíveis dentro de duas semanas. Mesmo com números recordes de internações e ocupação de UTIs, o governo do Paraná anunciou a flexibilização do decreto a partir de quarta-feira (10). O comércio não essencial poderá reabrir e as aulas presenciais poderão ser retomadas com restrições.
Para o infectologista Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunização, é irracional baixar a guarda no pior momento da pandemia. Segundo ele, é preciso atenção aos critérios básicos:
O decreto baixado pelo Governo do Paraná durou apenas 11 dias e não atingiu os efeitos desejados. No período, o índice de isolamento social ficou na casa de 35%, abaixo do índice esperado, que era de, pelo menos, 50%. Além da baixa eficácia, o curto tempo de duração impede uma análise criteriosa sobre os efeitos:
Sobre a circulação das variantes mais contagiosas do coronavírus, Renato Kfouri afirma que a predominância das mutações é esperada porque o País não consegue rastrear e isolar os casos confirmados.
Além disso, a facilidade para transitar dentro do território nacional sem restrições é um fator que pode colaborar com a disseminação do vírus:
O infectologista Renato Kfouri lembra que a saída para a crise sanitária é a vacinação em massa:
Até a última atualização da Secretaria da Saúde do Paraná, o Estado tinha 662 pacientes com covid-19 na fila de espera por um leito, dos quais 366 precisavam ser internados em unidades de terapia intensiva. A taxa geral de ocupação alcançou 98% neste domingo (7), o maior número desde o início da pandemia.
Reportagem: Angelo Sfair