Estudo propõe lockdown de 21 dias para evitar colapso; SMS diz que proposta não é viável

 Estudo propõe lockdown de 21 dias para evitar colapso; SMS diz que proposta não é viável

Foto: Matt Seymour/Unsplash

O mesmo grupo de pesquisadores que previu a segunda onda da pandemia em Manaus faz um alerta para a situação de Curitiba.

Segundo os cientistas, o atual pico de mortes pode ser até quatro vezes maior do que o registrado no pior momento do ano passado. O estudo publicado nesta semana considera variáveis matemáticas, estatísticas e biológicas, e se baseia no mesmo modelo aplicado no Amazonas.

De acordo com o grupo, para evitar o crescimento descontrolado de mortes por covid-19, Curitiba precisa restringir a circulação de pessoas em 90% durante 21 dias. O lockdown poderia ser prorrogado por 30 dias, dependendo das variáveis. Segundo os cientistas, a medida é necessária para romper a cadeia de contágio e diminuir o número de casos novos e internações.

Em entrevista à BandNews FM, a secretária da Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, detalha por que não é possível atingir níveis como esse de isolamento:

Por isso, ela descarta a viabilidade de lockdowns tão restritivos quanto aqueles aplicados em alguns países da Europa, da América, da Ásia e da Oceania:

As medidas restritivas que vigoraram nas últimas duas semanas não foram suficientes para melhorar o cenário crítico.

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná reconheceu que a suspensão dos serviços não essenciais foi pouco efetiva, resultando em um índice de isolamento social de apenas 35%, enquanto a expectativa era alcançar pelo menos 50%.

Com base na análise temporal das curvas epidemiológicas, o grupo de cientistas aponta que Curitiba caminha para um cenário caótico. Se a tendência se confirmar, a capital pode registrar média de 80 a 90 mortes diárias entre o final de março e o início de abril. Na projeção pessimista, Curitiba pode romper a marca de 100 óbitos por dia.

Márcia Huçulak reconhece o cenário crítico, mas não endossa os números apresentados pelos pesquisadores. Ela reformou a importância de trabalhar a consciência coletiva da população:

Além disso, o estudo aponta que a capital poderá enfrentar uma quarta onda da covid-19 se as medidas de restrição de circulação não forem acompanhadas por um programa de imunização em massa.

A Secretaria Municipal da Saúde tem alertado frequentemente que Curitiba já está na terceira onda. A pasta reforça a necessidade de adesão às medidas de isolamento e distanciamento social.

Nesta semana, a secretária Márcia Huçulak também pediu um reforço dos hospitais privados de Curitiba, e solicitou à população que adie os procedimentos que não sejam urgentes ou emergentes para que não faltem vagas aos contaminados pelo coronavírus.

Reportagem: Angelo Sfair

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