Medicações necessárias para intubação podem acabar em três dias, alerta Cemepar
Medicações necessárias para a intubação de pacientes podem acabar no Paraná dentro de três dias. O alerta foi feito pela Secretaria de Estado da Saúde, que recorreu ao governo federal pedindo o repasse urgente de insumos. O controle do estoque é feito pelo Cemepar, o Centro de Medicamentos do Paraná, que monitora os 63 hospitais que fazem parte do Plano Estadual de Enfrentamento à covid-19.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, a escassez de medicações necessárias para intubação é uma repercussão do aumento desenfreado de pacientes que desenvolvem a forma grave da doença. O Paraná viu o contágio pelo coronavírus se multiplicar em meados de fevereiro. O governo atribuiu o movimento à mudança do comportamento da população e à introdução de novos cepas mais transmissíveis. No entanto, pouco foi feito para frear a disseminação.
O decreto mais recente editado pelo Governo do Paraná foi um fracasso reconhecido pelo próprio Executivo. Enquanto a expectativa era de alcançar um índice de isolamento social em patamares acima de 50%, o indicador durante a vigência do decreto ficou na casa de 35%. Ou seja, não houve mudança significativa se comparado com os números das semanas anteriores. Em resposta, em vez de aumentar a fiscalização ou endurecer as medidas, o governo recuou e transferiu a responsabilidade para os cidadãos e para as prefeituras.
Diante do agravamento da pandemia e das internações, o Paraná, junto aos demais estados da região sul, solicitou ao governo federal um repasse urgente de medicações. O ofício foi encaminhado ontem (15) a Eduardo Pazuello, que não é mais o ministro da Saúde.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, nas atuais condições, o estoque de bloqueadores neuromusculares pode acabar entre quarta e quinta-feira. Essas medicações são relaxantes usados para pacientes que demandam ventilação mecânica. Já o estoque de sedativos e analgésicos, também necessários para pacientes intubados, deve acabar no início da semana que vem
Reportagem: Angelo Sfair