Os municípios do Paraná precisam muito mais do que as próprias doses de vacina contra covid-19 para seguir com a imunização, segundo o Instituto Locomotiva, que fez uma pesquisa junto com o projeto Unidos pela Vacina. No levantamento, as cidades apontam falta de infraestrutura nas salas de vacinação, que vai desde a falta de geladeira, sabonete, papel toalha e pia.

O questionário do Instituto é realizado em todo o Brasil e o Paraná foi um dos primeiros estados a apresentar resultados do levantamento, como conta a coordenadora do movimento Unidos Pela Vacina no Paraná, Regina Arns.

Dos 399 municípios paranaenses, 72 (cerca de 18%) precisam melhorar as condições da geladeira com medição e alarme de temperatura; 72 (cerca de 18%) querem uma sala de vacinação com condições adequadas; 65 municípios (cerca de 16%) necessitam de termômetros; 46 municípios (cerca de 12%) precisam de caixas térmicas para transportar as vacinas; 30 municípios (cerca de 8%) possuem problemas com acesso à internet; 17 cidades (cerca de 4%) dizem que não têm pia com água, sabonete, papel toalha, lixeiras com pedal, caixa coletora e sacos plásticos.

Cada município recebeu um questionário com perguntas sobre as principais necessidades estruturais e de insumos para que a vacinação aconteça. A ideia, do projeto Unidos Pela Vacina é que essa demanda seja suprida o mais rápido possível com as doações, segundo Renata.

A Secretaria de Estado da Saúde afirmou que tem recursos e insumos suficientes para atender todos os municípios paranaenses. Em oficio assinado pelo Governador Carlos Massa Ratinho Junior, o Governo do Paraná informou tem estoque e recursos suficientes para atender todas as demandas por insumos básicos como seringas e agulhas, bem como equipamentos de refrigeração.

Ainda conforme a pesquisa, as cidades apontam que os desafios para a vacinação contra a covid-19 junto ao Governo Estadual, considerando somente a escolha de 1º lugar do questionário, são logística (15,7%), verba para vacinação (15%), comunicação (8,5%), seguido por insumos como seringas, agulhas e outros (6,4%).

E o maior desafio junto à população para a vacinação, considerando a escolha de 1º lugar do questionário, é a compreensão do cronograma (45,8%), seguido de fakenews (22,4%) e ausência de campanha (4,6%).

Segundo o projeto Unidos pela Vacina, para as doações chegarem ao destino correto, a prefeitura informa as necessidades de insumos e materiais para o Unidos, e as empresas, entidades ou pessoa física procuram o projeto para poder ajudar um município. O projeto mostra as demandas de cada cidade, e as empresas decidem o município que desejam acolher.

Reportagem: Fernanda Scholze