Mesmo desempregados, profissionais da educação física e mais 13 categorias podem se vacinar contra a Covid-19 em Curitiba

 Mesmo desempregados, profissionais da educação física e mais 13 categorias podem se vacinar contra a Covid-19 em Curitiba

A prefeitura de Curitiba não tem exigido qualquer comprovação do efetivo exercício da atividade profissional, das pessoas que integram o grupo prioritário da saúde, na vacinação contra a Covid-19. Para receber o imunizante, enfermeiros, médicos, assistentes sociais, profissionais da educação física, dentre outros, precisam apresentar apenas um documento com foto, no momento da vacinação. A lista dos profissionais que têm direito a receber a dose é enviada pelos conselhos regionais das categorias, que aparentemente, não fazem qualquer distinção entre os seus inscritos, sobre quem está ou não exercendo a atividade profissional, ou ainda, daqueles profissionais que estão mais expostos à doença.

A ausência desse controle gera distorções, como a que aconteceu com um enfermeiro, que foi convocado a se vacinar contra a Covid-19, mesmo sem exercer a profissão há 14 anos. Maria é esposa de João. Ela conta que seu marido trabalhou como técnico de enfermagem em Curitiba até 2007, quando passou a exercer outra profissão. Hoje ele é professor e passou a ter direito à vacina recentemente. Ela relata que quando os profissionais da enfermagem começaram a ser vacinados contra a doença, em março, que João foi convocado a receber a dose pelo aplicativo Saúde Já, da prefeitura de Curitiba, mesmo sem ter o direito a receber a vacina.

João não tomou a dose da vacina quando foi convocado e buscou o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná, para questionar os critérios do envio da lista à prefeitura de Curitiba, com os nomes dos profissionais com direito à vacina. Ao invés de responder aos seus questionamentos, o atendente achou por bem lhe cobrar o valor das anuidades vencidas.

A não exigência da comprovação do efetivo exercício da profissão para receber a vacina contra a Covid-19 passou a beneficiar, nesta semana, mais 14 categorias profissionais das áreas da saúde. Assim, profissionais da educação física, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, dentre outros, poderão ser vacinados, mesmo estando desempregados, ou trabalhando em outra atividade. O critério adotado pela prefeitura de Curitiba cria uma distinção entre os profissionais que precisam e os que não precisam comprovar estarem empregados, para receber a vacina. Os professores da educação básica somente foram vacinados na capital paranaense, com uma declaração da escola em que trabalha em punho. O mesmo aconteceu para pessoas com comorbidades, que precisaram comprovar serem portadores da doença.

Isabella é professora da educação básica e ficou desempregada há um mês, quando a escola particular em que trabalhava fechou, por falta de alunos. Sem poder comprovar que está atualmente trabalhando, ela não pôde se vacinar contra a Covid-19.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba se resume a dizer, sobre a diferença nos critérios de vacinação, que segue a nota técnica do Governo do Paraná, que liberou a vacinação aos profissionais da saúde, com base em lista enviada pelos conselhos regionais das categorias profissionais. A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná afirma que não pretende alterar o teor da recomendação que permite a vacinação indistinta desses profissionais. Segundo a pasta, a recomendação atende a um pedido das próprias categorias profissionais, que prestam serviços de interesse à saúde. Já o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná disse que envia mensalmente à prefeitura de Curitiba a lista com os inscritos que têm direito à imunização. O conselho diz que não faz nenhuma distinção entre os profissionais que estão empregados, desempregados, ou exercendo outra atividade, por acreditar que todos os profissionais inscritos, têm o direito de serem imunizados. O Conselho Regional de Educação Física não respondeu aos questionamentos.

As pessoas ouvidas na reportagem preferiram não se identificar e os nomes usados são fictícios.

Profissionais da saúde atendidos nesta fase:

  • Assistência Social;
  • Biologia;
  • Biomedicina;
  • Educação Física;
  • Enfermagem;
  • Farmácia;
  • Fisioterapia;
  • Fonoaudiologia;
  • Medicina;
  • Nutrição;
  • Odontologia;
  • Psicologia;
  • Terapia Ocupacional;
  • Medicina Veterinária.

Reportagem: David Musso

Foto: colaboração
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