O Paraná confirmou o segundo caso da variante indiana da Covid-19. O caso aconteceu no início de abril, mas o resultado positivo para a nova cepa foi divulgado somente nesta sexta-feira (25). A paciente não resistiu às complicações da doença e morreu 11 dias depois do diagnóstico positivo para o coronavírus. Apesar de ser a segunda confirmação, a suspeita é de que esse caso tenha sido o vetor de importação da nova variante ao Paraná – denominada no seio científico de variante delta.

Segundo a coordenadora da vigilância epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde, Acácia Nasr, essa única infecção trazida do Japão, disseminou o vírus para outras 17 pessoas no estado.

A coordenadora comenta que essa conclusão somente foi possível, a partir do monitoramento genômico realizado pela SESA, após a divulgação do primeiro caso da variante indiana no Estado. Tanto o primeiro, quanto o segundo caso confirmado, são de integrantes do mesmo grupo social e de uma mesma família.

Para o secretário de estado da saúde do Paraná, Beto Preto, o sequenciamento dos casos divulgados aponta que uma grande diversidade de variantes do coronavírus estão circulando no Paraná e no Brasil. Ele reforçou a sua preocupação com as medidas de distanciamento social, especialmente quando o inverno se aproxima.

O secretário diz que não há outro caminho para a redução do número de casos e mortes, que não a vacina. Ele destaca que num momento em que a taxa R se encontra alta, os imunizantes precisam ser usados da melhor forma.

O segundo paciente confirmado com a variante indiana no Paraná era uma mulher de 42 anos, que estava grávida. Ela chegou em Apucarana, no norte do estado, no dia 5 de abril, vinda do Japão, país em que morava. Dez dias após o desembarque no país, a mulher precisou ser internada, diante do agravamento dos sintomas da doença. No dia 18 de abril ela foi submetida a uma cesariana de emergência e veio a óbito. O recém-nascido, de 28 semanas de gestação, sobreviveu e passa bem. Ele ficou internado por um mês para acompanhamento e já foi liberado do tratamento.

Os demais integrantes da família da mulher seguem saudáveis, sem sintomas de infecção. De acordo com a Sesa, a gestante era amiga próxima da filha do primeiro paciente confirmado com a variante indiana no Paraná.

A filha confirmou que foi visitar a gestante no dia 7 de abril. Após o contato, ela foi diagnosticada com Covid-19. Agora, a Secretaria aguarda o resultado de outras duas pessoas desta família, suspeitas de também terem sido infectadas com a nova cepa. Elas permanecem sob vigilância do município.

A detecção do segundo caso da variante delta foi obtida através de sequenciamento genômico do vírus SARS-CoV-2, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Desde o início da pandemia, o Paraná enviou 926 amostras do vírus para sequenciamento. Destes, 600 foram sequenciadas e 326 permanecem em análise.

Reportagem: David Musso e Leonardo Gomes