Vacina: ‘sommeliers’ atrapalham estratégia coletiva e atrasam controle da pandemia, alerta infectologista
Com o avanço da campanha de vacinação contra a covid-19 por idade, cresceu a proporção de pacientes mais jovens que desenvolvem casos graves da doença. Infectologistas alertam que a estratégia de imunização deve ser acompanhada pela manutenção das medidas que previnem a infecção. Uso correto da máscara, distanciamento social, ventilação de ambientes compartilhados e higienização das mãos são medidas fundamentais e que devem ser mantidas até o controle eficaz da pandemia.
A médica infectologista Camila Ahrens destaca que o efeito positivo das vacinas já pode ser observado nos hospitais. O fato é comprovado pela diminuição de internações e óbitos entre aqueles que concluíram o esquema vacinal e atingiram o pico da imunização, atingido aproximadamente 14 dias após a segunda dose.
No entanto, ela alerta que um relatório da Fiocruz, publicado neste mês, chama a atenção para o alto número de pacientes jovens internados:
A infectologista destaca que o controle eficaz da pandemia só poderá ser vislumbrado a partir do momento em que mais de 70% da população estiver vacinada com duas doses. Por isso, é fundamental que o maior número de pessoas acesse a vacina contra a covid-19 no menor tempo possível. Nesse sentido, os chamados “sommeliers de vacinas” configuram um problema real para a estratégia coletiva de imunização em massa.
A ignorância e o egoísmo atrapalham o coletivo e atrasam a resolução do problema:
Desde o início da campanha de vacinação até agora, o Paraná concluiu o esquema vacinal de aproximadamente 15% da população em geral. Apesar do ritmo lento, a imunização já coleciona evidências positivas, sobretudo na população idosa, que acessou a vacina com prioridade.
Atualmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, a média de idade das mortes causadas pela covid-19 é de aproximadamente 65 anos, considerando todo o período pandêmico. No início de março, a média era de quase 70 anos de idade. A queda da mediana de idade dos mortos é consequência direta das vacinas, que evitam casos graves e óbitos.
Reportagem: Angelo Sfair