O teste laboratorial de produção de anticorpos é ineficaz para demonstrar se uma pessoa está ou não imunizada contra a Covid-19, após receber a vacina. A afirmação é do médico infectologista do Hospital Pequeno Príncipe, Victor Horácio de Souza Costa Junior.

Em entrevista à BandNews FM Curitiba, nesta segunda-feira (19), ele explicou que a única forma de aferir a eficácia do imunizante é a partir de um teste próprio, desenvolvido pelo laboratório que produziu a vacina.

No fim do mês de maio, uma falha no controle da vacinação contra a Covid-19 em Ubiratã, no centro oeste do Paraná, permitiu que um médico tomasse três doses da vacina contra a doença. O Ministério Público do Paraná acompanha o caso. Para os promotores, o homem teria feito um exame para a detecção de anticorpos para coronavírus.

Com o resultado negativo, alegando não estar protegido contra a doença, ele teria buscado a terceira dose da vacina. O médico infectologista ouvido pela reportagem contesta o procedimento usado pelo colega de profissão. Ele reforça que a produção de resposta imune das vacinas contra a Covid-19 foi conferida pelas agências sanitárias de todo o mundo.

O médico abordou, ainda, outro mito comumente divulgado pelas pessoas: o de que as vacinas contra a Covid-19 somente seriam eficazes para quem não apresentou reação ao imunizante. O infectologista explica que os efeitos adversos não têm qualquer relação com a produção de anticorpos pelo organismo.

Como as vacinas foram aprovadas em tempo recorde e em caráter emergencial, o próximo desafio dos pesquisadores é descobrir por quanto tempo a pessoa fica imune contra a Covid-19, após a aplicação da vacina.

O infectologista comenta que já existem pesquisas em andamento pelos laboratórios que tentam definir a melhor estratégia para manter a proteção das pessoas.

O médico reforça que todas as vacinas disponíveis para a população brasileira previnem que o paciente desenvolva a forma grave da doença. Ele comenta que mesmo com o ciclo vacinal completo, a pessoa pode ser infectada pela Covid-19.

Essa característica comum às vacinas contra as doenças que atacam o trato respiratório, reforça a necessidade de que, mesmo imunizadas contra a Covid-19, as pessoas mantenham as rotinas de proteção, como a higienização das mãos, o uso de máscaras e que sejam evitadas as aglomerações de pessoas.