Mais hospitais da região de Curitiba se aproximam do limite da capacidade de atendimento a pacientes com covid-19. A pressão sobre o sistema integrado de saúde acontece no momento em que a capital vive uma escalada inédita de novos casos da doença causada pela variante ômicron do coronavírus.

A UPA Fazendinha, adaptada para atender pacientes com quadros respiratórios, atingiu ONTEM (segunda, 7) 100% de ocupação dos leitos de UTI. A mesma situação foi registrada no Angelina Caron, em Campina Grande do Sul. De acordo com o portal da transparência da Secretaria de Estado da Saúde, os hospitais Evangélico, Oswaldo Cruz e a Santa Casa de Curitiba têm ocupação entre 90% e 95%.

No início do mês, no dia primeiro de fevereiro, a capital atingiu o recorde de da média móvel de infecções desde o início da pandemia, com quase 3 mil e 800 casos novos de coronavírus por dia. O indicador é quase três vezes maior que o antigo recorde, em março de 2021, quando a média de infectados era de 1.340. Na comparação com o antigo pico da pandemia, também foi superado o recorde de casos ativos, com mais de 16 mil e 700 doentes simultâneos.

Nos picos de março e junho do ano passado, Curitiba tinha entre 374 e 548 leitos de UTI exclusivos para covid-19. Atualmente, esse número é de 117. O fato de menos pessoas infectadas apresentarem casos graves da doença é consequência direta do avanço da vacinação contra o coronavírus. Diferentemente do pico de março de 2021, quando a campanha de imunização ainda era incipiente, HOJE a capital tem mais de um milhão e meio de pessoas com o ciclo vacinal completo, além da aplicação de mais de seiscentas e cinquenta mil doses de reforço.

Um estudo feito pelo núcleo de epidemiologia da Universidade Estadual de Londrina mostrou que apenas 22% das pessoas internadas no Hospital Universitário com covid-19 estavam completamente imunizadas. Em relação aos casos graves, em leitos de UTI, 90% dos pacientes não se vacinaram ou não haviam concluído a vacinação.

Reportagem: Angelo Sfair