As igrejas católicas de Curitiba realizam neste final de semana celebrações para a promoção da paz. A realização das missas temáticas foi um pedido do arcebispo Metropolitano de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo. Em 5 de fevereiro, um protesto interrompeu uma celebração na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo da Ordem. Os manifestantes pediam justiça pela morte do imigrante congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado no Rio de Janeiro. O vereador Renato Freitas (PT) participou do ato.

Na sexta-feira (11), a Câmara Municipal de Curitiba acatou quatro representações que denunciam a participação do parlamentar nos protestos. O vereador é acusado de quebra do decoro parlamentar. Se a conduta for considerada inadequada pelos demais vereadores da Casa, Renato Freitas pode ser penalizado com censura pública até a cassação do mandato. O Conselho de Ética tem 90 dias para concluir o relatório final e decidir qual medida vai recomendar ao plenário da Câmara. O prazo é contado em dias úteis e passa a correr após a notificação da Câmara ao parlamentar.

A manifestação que culminou no processo contra o vereador começou na escadaria da igreja do Rosário, e de acordo com testemunhas, o padre responsável pelo espaço teria pedido que os manifestantes se retirassem do local. Foi nesse momento que a confusão começou. Os manifestantes teriam chamado o religioso de racista e em seguida, teriam ocupado a igreja.

Em diversas manifestações após o ato, o vereador Renato Freitas negou que tivesse invadido a igreja, e disse que a intenção sempre foi protestar contra o racismo. O parlamentar também se desculpou por ter ofendido católicos e ressaltou que respeita à fé, todas as crenças e os espaços sagrados.

Reportagem: David Musso