A cirurgia bariátrica reduz em 90% o risco de doença hepática causada pela obesidade. Isso é o que mostra um estudo, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA). A pesquisa comprovou que o procedimento cirúrgico e os efeitos metabólicos reduziram o risco de pacientes com obesidade evoluírem a doença hepática, câncer de fígado ou mortes relacionadas aos problemas.

De acordo com os dados da Secretaria Estadual da Saúde, 70% da população do Paraná estava com excesso de peso, no ano passado. Destes, 37% apresentam obesidade, sendo 22% obesidade grau 1.

Segundo o estudo, um grupo de mais de 1 mil pacientes que tiveram uma forma agressiva de esteatose hepática foram avaliados. Esteatose hepática é um distúrbio que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior dos hepatócitos, que são as células do fígado. O cirurgião bariátrico, José Alfredo Sadowski, destaca que a cirurgia bariátrica deve ser a segunda opção de tratamento, caso a primeira, que é a perda de peso com exercícios e alimentação saudável, não dê certo.

A hepatologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças, Cláudia Ivantes, revela que os benefícios para a saúde do fígado após a cirurgia bariátrica já são observados no primeiro ano do procedimento com 7% redução do peso inicial.

Atualmente, a doença hepática gordurosa não alcoólica é a principal causa de doença crônica do fígado. A paciente, Regina Aparecida de Araújo, de 55 anos, estava com um quadro grave da doença, foi submetida à cirurgia bariátrica há 1 ano e meio. Ela conta que os exames realizados em janeiro deste ano já indicam condições de um fígado normal.

Além do controle da doença hepática gordurosa não alcoólica, os pacientes também apresentam uma redução de 70% em risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), se comparado ao grupo de pacientes com obesidade que manteve apenas o tratamento clínico.