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Com brasileiros mais conscientes, setor de seguros segue em expansão

Pelo menos 30% dos veículos, por exemplo, já são segurados em todo o país.

 Com brasileiros mais conscientes, setor de seguros segue em expansão

Reprodução Pixabay

Logo que trocou de carro, o comerciante Marcelo Alexandro esperou alguns dias para contratar um seguro. Foi aí, neste pequeno período, que ele teve um dos maiores prejuízos na vida.  

“Troquei de carro. Esperei alguns dias para poder fazer o seguro, para chegar em uma data certa que ficava boa para o pagamento. Eu tenho uma loja de celular e acabou que um dia, na frente da loja, por volta das três horas da tarde, um carro roubado bateu no meu. O veículo empurrou o meu carro em cima de outros dois. Deu perda total e não sobrou nada. A partir daí, nunca mais deixei de ter seguro”

Já o empresário Augusto Farfus não vive sem essa garantia e tudo que pode, tenta colocar no seguro.

“Seguro não é despesa. É investimento. É poupança. Tudo que faz parte da minha vida tem seguro. Eu tenho, por exemplo, seguros nas geladeiras que tenho em casa, na televisão. Já tive situações de ter problemas no freezer e ser coberto pelo seguro. Tenho seguros, mas contrato de um corretor profissional, para saber o que está comprando e investindo”

E os números mostram essa conscientização. Dados da Superintendência de Seguros Privados apontam que esse segmento cresceu quase 16% no primeiro trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021. Nos seguros de pessoas, o grande destaque foi o seguro de vida, que atingiu crescimento de 18%. Os de danos também seguem em alta, com 22%.  De acordo com o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Paraná (Sincor) , Wilson Pereira, o setor está na fase de readaptação, após o crítico período gerado pela pandemia.

“Tivemos uma queda durante período da pandemia e até dezembro de 2020 estávamos decrescendo. Houve uma recuperação na parte de seguro de vida, houve reflexo muito grande por causa de mortes de covid-19. O que reduziu foi seguro de automóveis. Não tinha sinistralidade, porque não tinha muita mobilidade. O que retornou agora foi terrível em relação ao que aconteceu durante a pandemia”

O seguro de carros sempre foi prioridade para o brasileiro e pelo menos 30% dos veículos já são segurados no país. O número poderia ser ainda maior, já que agora esse tipo de contratação tem sido fortemente impactado, como conta o corretor Marcos Buzzi.

“O seguro automóvel foi impulsionado a alta especialmente pelo aumento da tabela Fipe. Houve uma média de aumento nos veículos, em relação ao ano passado, de 20%. O seguro está aumentando mais que isso e há casos que aumenta 60%. A maior justificativa é a demanda reprimida da época da covid, que não houve reajuste, que não houve nada, como tudo, né?”

Apesar do momento, o setor está otimista e espera crescimento em todos os setores. É que afirma o diretor geral da Escola de Negócios e Seguros, uma das mais tradicionais do país,Tarcísio Godoy.

“Todos os seguros são necessários. Neste momento o que está evidência é o seguro saúde, exatamente porque passamos por uma pandemia. Se você tem patrimônio, uma residência, vai fazer uma viagem e está em um processo de licitação, o seguro é uma ferramenta muito poderosa para todos os ramos. Independe o tamanho da sua economia. São tantas modalidades, que refletem muito a realidade da vida de cada um”

De cliente a vendedor de seguros. Com a instabilidade gerada pela pandemia, Marcelo Dienstmann viu o setor como uma oportunidade para mudar de profissão. Formado em educação física, Marcelo trocou a atividade para ser corretor de seguros. O incentivo veio da mulher, que também trabalha na área.

“O aumento da demanda dela me impulsionou e acabei ingressando no curso de corretor. Migrei na profissão há poucos meses”

Marcelo não é o único que optou pela profissão. A Escola de Negócios e Seguros, criada há 51 anos pela Confederação Nacional das Seguradoras e pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros, oferece cursos a distância em várias regiões do país. Somente no ano passado, quase sete mil pessoas foram formada, perto do dobro do número registrado em 2019, momentos antes da crise sanitária, como afirma a diretora de Ensino Técnico, Maria Helena Monteiro.

“Tem muita gente que sai do Ensino Médico e tem vontade de trabalhar na área de seguros. É uma área variada, promissora e tem muito potencial para crescer no país. Tem que estudar bastante e é aí que a escola entra. Algumas pessoas têm vocação e gostam de venda, de venda qualificada, e têm pessoas que ficaram desempregadas de outros ramos e vem fazer o curso para começar a trabalhar em uma área que exige um investimento muito pequeno. Hoje em dia você consegue trabalhar de casa pelo computador”

O curso dura sete meses. A quantidade de empresas do setor também aumentou e hoje chega a quase 53 mil corretoras em todo o país. São Paulo dispara no ranking, com pouco mais de 49 mil empresas. Em seguida, aparece o Rio de Janeiro. A criatividade também cresceu. O presidente do Sincor, Wilson Pereira, afirma que a tecnologia ampliou a oferta de vários tipos de seguro.

“Já existem seguros por deixar dados vazarem de empresas e também cobertura para empresas atingidas por hackers. Quando o consumidor passa a fazer seguro, ele jamais deixa de fazer”

A procura por um seguro é uma forma de amenizar também as perdas provocadas pela insegurança nas ruas do Brasil inteiro. O seguro celular tem sido um dos mais contratados. No país, a estimativa é que 10 milhões de aparelhos estão segurados.

Confira o material especial gravado e veiculado em 96,3FM:


Reportagem: Lorena Pelanda

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