Após o indiciamento da blogueira Cássia Vialli Martins, pelo atropelamento de um motoboy, no Boqueirão, em 4 de setembro, a defesa não descarta que ela possa ter cometido o crime de homicídio, mas na forma culposa. Segundo o advogado de Cássia, Igor Ogar, é exagerada a punição que se pretende à mulher, que deve se tornar ré por homicídio com dolo eventual.

Para o delegado de polícia, que conduziu as investigações, a blogueira assumiu o risco de matar Jheykson Medeiros, de 36 anos, ao dirigir embriagada. Por essa razão, a decisão imputa à ela o crime de homicídio na forma dolosa, que tem pena maior – de seis a vinte anos de reclusão. A blogueira também deve responder por omissão de socorro, por ter deixado o local logo após o acidente.

Para o advogado da família da vítima e assistente da acusação, Paulo Roberto Silveira, a indiciada cometeu um crime intencional, que deve ser punido como tal.

Cabe agora ao Ministério Público do Paraná o oferecimento da denúncia, que deve tornar a blogueira ré em um processo criminal. Cássia assumiu a culpa pelo atropelamento que provocou a morte de Jheykson. Ele trabalhava como motoboy na hamburgueria do irmão e voltava de uma entrega quando foi atingido pela caminhonete de Cássia. Ela vinha na contramão pela avenida Paulo Setúbal, no Boqueirão, quase em frente à praça Menonitas.

A blogueira havia acabado de sair de um bar quando o acidente aconteceu, na noite de 4 de setembro. Segundo testemunhas, Cassia apresentava sinais claros de embriaguez. Ela não prestou socorro à vítima e abandonou a caminhonete no local do crime. Na comanda de consumo da blogueira, constava a compra de três caipirinhas.

Reportagem David Musso