Quase 4 mil quilômetros de rodovias no Paraná apresentam falhas no pavimento, sinalização, geometria de via e ou a existência de pontos críticos. O número equivale a 62,5% do total de 6.374 quilômetros de estradas avaliados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Os outros 37,5% (2.389 quilômetros) da malha são considerados ótimos ou bons.

Os dados foram divulgados ontem (quarta-feira, 9) e segundo a CNT têm o objetivo de expor as deficiências da malha rodoviária do país para auxiliar a aplicação de investimentos e políticas públicas relacionadas ao transporte.

Em todo o Brasil foram analisados 110,3 mil quilômetros de rodovias, apenas 34% foram classificados como ótimo ou bom e 66% da extensão pesquisada foram considerados como regular (40,7%), ruim (18,8%) ou péssima (6,5%). Segundo o diretor executivo da CNT, Bruno Batista, o percentual de trechos considerados bons ou ótimos (34%) equivale à situação registrada em 2009, ou seja, há 13 anos.

A situação verificada nos pouco mais de 87 mil quilômetros de rodovias públicas percorridas entre os dias 27 de junho e 26 de julho foi ainda pior, já que 75,3% desta extensão foi classificada como regular, ruim ou péssima.

De acordo com Batista, o baixo investimento público explica que, na média, as rodovias sob responsabilidade dos governos federais ou estaduais tenham sido tão mal avaliadas.

Entre 2016 e 2021, enquanto o poder público federal investiu R$ 163,07 mil por quilômetro, a iniciativa privada investiu R$ 404,44 mil/km. Segundo o presidente da Federação Empresas Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Coronel Malucelli, os números alertam para o cenário real das rodovias. Ele argumenta que o poder público precisa se comprometer com novos investimentos e dar andamento ao novo de pedágios, que contemple obras e manutenções essenciais.

A CNT estima ainda que para a recuperação das estradas apenas no Paraná seria necessário um investimento total de R$ 2,32 bilhões.