Acusado de cobrar propinas para fraudar contratos do DER-PR, o ex-diretor-geral do órgão, Nelson Leal Júnior, virou réu em um processo por corrupção. Um empresário envolvido no esquema também responderá por corrupção passiva na 5ª Vara Criminal de Curitiba. Leal é delator e confessou os crimes em acordos distintos assinados com o Ministério Público Estadual (MP-PR) e Federal (MPF).

O advogado do ex-diretor do DER, Tracy Reinaldet, explica que a delação premiada não impede a abertura de processos. No entanto, desde a partida da ação penal, a Justiça e os demais réus são informados sobre a condição do delator. Neste caso, como já confessou o crime e entrou em acordo com o MP, Nelson Leal Júnior cumprirá a pena prevista na delação premiada:

A defesa do empresário João Schneider Filho não foi encontrada pela reportagem. Ele é acusado pelo Ministério Público de criar um contrato fictício para justificar a propina paga ao então diretor do DER.

Segundo a denúncia do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Nelson Leal Junior recebeu R$ 120 mil em propinas para beneficiar uma empresa de informática que mantinha contratos com o DER-PR. Os crimes narrados aconteceram entre 2015 e 2016. O dinheiro seria usado para bancar festas para os servidores do órgão.

Nelson Leal Junior comandou o Departamento de Estradas de Rodagem durante a gestão de Beto Richa. O delator foi o dirigiu órgão entre 2013 e 2018, até ser preso na 48ª fase da Lava Jato. A Operação Integração apurava crimes envolvendo o estado e as concessionárias responsáveis pelas rodovias do antigo Anel de Integração.

Procurado, o DER-PR não se manifestou até o fechamento da reportagem.

Reportagem: Angelo Sfair