Operação mira fraude de R$ 3,5 milhões com falsas vistorias
Segundo as investigações, os criminosos davam aparência de legalidade para veículos furtados ou roubados
Um esquema criminoso para fraudar o sistema de vistorias e transferências de veículos causou um prejuízo estimado de, pelo menos, R$ 3,5 milhões em Curitiba e região metropolitana. Com apoio do Detran, a Polícia Civil do Paraná cumpriu hoje (01) 12 mandados de prisão preventiva.
Também foram executadas 23 ordens de busca e apreensão e sete de monitoração eletrônica. As investigações começaram há nove meses, a pedido do Detran, que identificou a fraude. Os crimes eram cometidos por pessoas que não estão diretamente vinculadas ao órgão.
Veja mais:
Segundo o delegado adjunto da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), Edgar Santana, a quadrilha montou um mercado paralelo para alugar senhas de despachantes. Com acesso ao sistema, eles inseriram dados falsos e conseguiram dar aparência de regularidade para carros furtados ou roubados.
A fraude foi descoberta após o Detran suspeitar do alto número de vistorias feitas em nome de alguns despachantes. Os cadastros fraudados – cujas senhas eram alugadas no mercado paralelo – chegaram a registrar 900 vistorias em um único mês. De acordo com as investigações foram identificadas até o momento 26 casos de transferência irregular.
Ainda segundo a polícia a organização criminosa é composta por 19 integrantes e pelo menos três despachantes são investigados por envolvimento no esquema. O delegado Edgar Santana ressalta que os envolvidos podem pegar até 26 anos de prisão.
As lojas que vendiam os veículos irregulares também estão sendo investigadas.
COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
Com as senhas dos despachantes, os criminosos podiam adulterar várias informações, tanto de veículos quanto de condutores. Eles também tinham autonomia para gerenciar processos de vistorias e transferências.
A fraude foi descoberta após o Detran suspeitar do alto número de vistorias feitas em nome de alguns despachantes. Os cadastros fraudados – cujas senhas eram alugadas no mercado paralelo – chegaram a registrar 900 vistorias em um único mês.
A alteração nos dados oficiais tinha como objetivo principal recolocar em circulação veículos roubados ou furtados. Com a aparência de regularidade, carros e motos nessa situação eram transferidos para laranjas e, posteriormente, vendidos para terceiros.
Segundo a Polícia Civil, o proprietário do veículo verdadeiro nem sempre era alertado sobre a mudança dos dados. A fraude só era percebida no momento de pagamento dos impostos, ou ao consultar os dados do veículo pela internet.
Reportagem: Vanessa Fontanella e Angelo Sfair