Nanini supera expectativas em “Traidor”
Em coletiva de imprensa, o ator contou sobre os desafios do personagem
Em cena com o monólogo “Traidor”, Marco Nanini retorna ao Festival de Curitiba após 10 anos. Dirigido por Gerald Thomas, parceria que retorna depois de 18 anos da peça ‘Um Circo de Rins e Fígados’, o ator compartilhou sobre os mistérios do espetáculo em uma entrevista coletiva no Hotel Mabu, no último sábado (30), em Curitiba.
Segundo o artista, o personagem “Nanini” representa a condição humana na contemporaneidade, que é marcada por angústias e medos. Na peça, o ator se encontra em uma ilha, onde acredita interpretar todos os personagens do teatro. “A construção do papel é complicada, ele fala muita coisa e se confunde bastante com a mente”, relata.
Nanini detalha que a obra não segue o padrão de um teatro convencional, mas sim o fluxo dos fragmentos de pensamentos do ator, o que faz com que a apresentação não tenha, de acordo com ele, o enredo de “começo, meio e fim”.
Como a obra mistura drama e comédia, o desafio para o intérprete era se desvincular de Lineu, papel que viveu por 14 anos no seriado “A Grande Família”. Para isso, ele adotou um visual moderno nos palcos: “Eu me inspirei no maestro Stokowski, que tem um cabelo parecido com o meu na peça, misturado com a ave pardal, para que eu não sentisse que estava sendo o Lineu em alguma situação”, explica.
Na coletiva, Nanini falou sobre a relação com Curitiba e celebrou estar de volta ao evento. “Fico muito alegre em saber que o festival existe há 32 anos e que abrange a arte. A qualidade do público daqui é muito boa, eles consomem e fazem a cultura acontecer”, conta.
As duas sessões de “Traidor”, no Teatro Guaíra, no último fim de semana, tiveram os ingressos esgotados. O público reverenciou o talento do renomado ator, que disse pretender, em breve, voltar à cidade.
Reportagem: Matheus Karam, estudante da Universidade Positivo (UP)