Operação da PF bloqueia R$ 400 milhões de importadores ilegais
Grupo importava eletrônicos do exterior, mas produtos passavam pelo Paraguai antes de chegar ao Brasil
Uma operação da Polícia Federal deve prender sete pessoas e cumprir mais de 50 mandados de busca e apreensão, nesta quinta-feira (6), em uma investida contra uma quadrilha especializada em importações ilegais.
A ação, com apoio da Receita Federal, acontece simultaneamente em cidades do Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Cerca de 230 policiais federais e 34 auditores fiscais foram mobilizados para a Operação Anemia, que também teve autorização judicial para bloquear R$ 400 milhões dos investigados.
Segundo as investigações, esse foi o valor aproximado movimentado pela quadrilha na última década. O grupo formado em 2014 era especializado na importação de celulares e outros produtos eletrônicos. Conforme a Polícia Federal, o grupo trazia os aparelhos de vários países, entre eles Estados Unidos, China e Hong Kong. No entanto, antes de chegar ao Brasil, a remessa passava pelo Paraguai. Dessa forma, o grupo evitava o registro e o pagamento de impostos.
O auditor fiscal Ivens Lopes Ribeiro detalha como funcionava o esquema:
Segundo a Receita Federal, para dissimular a movimentação dos recursos ilegais, a quadrilha se valia de várias empresas de fachadas e pessoas físicas que atuavam como “laranjas”. O patrimônio declarado pelo líder da organização criminosa passou de zero para R$ 236 milhões em menos de quatro anos.
Para as ações de contrabando e descaminho na fronteira do Brasil com o Paraguai, a quadrilha cooptou agentes públicos da ativa e aposentados, sobretudo policiais. Por isso, as ações são acompanhadas pelas corregedorias da Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal do Paraná.
Entre os bens sequestrados com autorização judicial estão bens imóveis, veículos, dinheiro em espécie, obras de arte, joias, criptoativos e outros itens de luxo. Além de contrabando e descaminho, também são investigados crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
- Atualizada às 9h30
Informações: Angelo Sfair