PGR vai avaliar investigação criminal contra juízes da Lava Jato
Relatório aponta a suspeita de corrupção, peculato e prevaricação por parte de magistrados
O Conselho Nacional de Justiça encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal, o relatório que aponta a suspeita de corrupção, peculato e prevaricação por parte de juízes que atuaram na Operação Lava Jato.
Cabe à PGR vai avaliar se há a possibilidade de abertura de investigação criminal contra os magistrados. Na semana passada, o CNJ abriu um processo administrativo contra os juízes. Agora, o relatório do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, foi aprovado pelo Plenário do CNJ.
São investigados os desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, além dos juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira.
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Entre os atos apurados, estão o repasse de cerca de dois bilhões de reais para um fundo, que seria gerido pela força-tarefa de procuradores da Lava Jato. O tema chegou a ser avaliado pela juíza Gabriela Hardt, em 2019, quando ela ainda estava na 13ª Vara Federal de Curitiba.
A defesa diz que a juíza não teve envolvimento na criação do fundo ou destinação dos recursos, que tinham origem em acordos de delação firmados com investigados.
Outra questão envolve o descumprimento de decisão do STF, na 8ª Turma do TRF-4, quando o Supremo suspendeu os processos contra o ex-juiz da Lava Jato, Eduardo Appio. Os desembargadores investigados participaram da sessão que afastou Appio do cargo. O juiz Danilo Pereira também estava na corte, durante o julgamento.
No CNJ, os advogados negaram que tenha havido descumprimento de decisão do STF.
Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4
Informações: Cleverson Bravo