Redução do estresse e maior produtividade. Estes são alguns dos benefícios constatados em um estudo que avalia os impactos da implantação da jornada semanal de trabalho de quatro dias. Tendência em todo o mundo, o assunto já é tema de discussões no Brasil, inclusive no Senado Federal. A possibilidade de adotar o sistema de um dia a menos desperta o interesse tanto de empresas quanto de funcionários. Uma pesquisa, realizada pela organização “4 Day Week Reconnect”, com apoio da brasileira Happiness at Work, reuniu 22 empresas brasileiras que se propuseram a adotar a jornada reduzida pelo período de três meses. Os principais resultados constatados pelos colaboradores submetidos ao experimento foram redução nos sentimentos de exaustão (-64,5%), frustração (-56,5%) e desgaste emocional (-49,3%). Houve ainda redução de 62,7% do estresse no ambiente de trabalho. O coordenador do Comitê de Desenvolvimento de Executivos de Finanças do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR), Felipe Laufer, ressalta ainda que os benefícios impactam também as empresas que registraram um aumento na produtividade no período avaliado. Outro dado que chama a atenção é o maior cumprimento de prazos.

LEIA MAIS

• Volkswagen vai investir R$ 3 bilhões em fábrica do Paraná

Mas a mudança também deve trazer desafios. Para que a redução de jornada seja implementada no Brasil, seria necessário fazer adequações na estrutura das empresas. Isso envolve desde questões legais até financeiras. Laufer defende que o tema seja estudado com atenção. Além de muitos debates, o ideal é realizar novos experimentos com empresas de diferentes segmentos.

Os resultados apontaram que 26,8% dos participantes do estudo relataram que não mudariam de emprego para trabalhar cinco dias semanais por qualquer valor.

Reportagem: Vanessa Fontanella